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Moara Saboia: Um olhar sobre Minas Gerais; um diagnóstico econômico, social, financeiro e administrativo do Estado

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Lula está liderando em Minas Gerais e “quem ganha em Minas ganha no Brasil”. Não se trata de bairrismo nosso não. Minas Gerais é um estado fundamental na disputa presidencial porque é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, com mais de 15 milhões de eleitores. Importante salientar que: Minas é o retrato socioeconômico do Brasil, algumas regiões ricas e outras pobres, demonstrando a desigualdade social de acordo com regiões. O que impressiona é que em Minas, diversas pesquisas, dão a Lula os mesmos percentuais que ele tem nacionalmente. Importante é que esta liderança de Lula se consolide em Minas Gerais e transfira para nosso candidato a governador. É Kalil e André Quintão aqui e Lula lá!

Portanto, a luta que travamos em Minas Gerais é a mesma que travamos no país: por uma sociedade mais igualitária, plural e democrática. Minas Gerais é o terceiro PIB do Brasil, mas no PIB per capita recua para a décima posição e no IDH é a nona no ranking nacional. Temos regiões ricas, como a Grande BH, Triângulo Mineiro e o Sul do Estado, que se aproximam do Sudeste e regiões mais pobres, como o Norte e o Jequitinhonha.

Mesmo nas regiões mais ricas, como na Grande BH, temos cidades endinheiradas, como Belo Horizonte, Contagem, Betim, e outras cidades muito pobres, como Ribeirão das Neves, Ibirité, Esmeraldas.

A desigualdade está em tudo: na educação, na saúde, no saneamento básico, no transporte coletivo, na moradia, na pavimentação das ruas, no direito à cidade. Mas, a desigualdade de Minas, como no Brasil, tem a marca da desigualdade de gênero e raça. Nos esforçaremos para que isso mude, e tenhamos melhor distribuição de renda.

O cientista político e professor da UFMG, Leonardo Avritzer, em um texto de 2010, como contribuição à chapa Hélio Costa/Patrus Ananias ao governo do Estado, escreveu: “Minas são muitas”. A frase do poeta expressa uma característica fundamental do estado de Minas Gerais: sua diversidade cultural. Minas Gerais é um dos estados que tem a maior diversidade cultural no país. Expressa pela sua condição de transição entre as regiões mais modernizadas e urbanizadas e as regiões um pouco mais tradicionais. Esta diversidade produziu hábitos culturais diferenciados, no folclore, nas artes e na música.

Estes hábitos, despertam a atenção nacional para fenômenos como bandas de música, folclore no Vale do Jequitinhonha e outras manifestações de diversidade. Mas, infelizmente a diversidade mineira tem sido entendida de forma diferente. Entre os estados brasileiros com economia forte e sociedade mais urbanizada, Minas Gerais é o estado mais desigual. Esta desigualdade se expressa em índices como o IDH e sua variação nas diferentes regiões do estado.

Em Minas, dados sobre pobreza apontam na mesma direção. Uma proposta de gestão popular participativa para Minas Gerais deve atacar tais elementos e, para fazê-lo, a participação social é o melhor instrumento”. Leonardo Avritzer concluiu com uma síntese brilhante: “Minas são muitas. O objetivo da participação no governo de Minas deve ser ampliar a diversidade onde ela é culturalmente desejável e diminuir a heterogeneidade onde ela é socialmente danosa”.

Este diagnóstico de Minas Gerais que apresentamos neste documento é amplo. Tratamos de economia e empregos, finanças do Estado, máquina administrativa estadual, políticas sociais e informações populacionais. E já que falamos de Guimarães Rosa, publicamos a passagem de seu livro “Minas é muitas”. Muitos dirão que reflexões tão amplas são mais adequadas ao programa de governo Kalil/André Quintão.

Como pré-candidata a Deputada Estadual, farei a escolha de uma pauta mais enxuta e concentrada em minhas bases sociais. Mas, a minha diretriz, como escreveu Leonardo Avritzer, é uma Minas mais plural nos planos político e cultural e mais homogênea social e economicamente.

Agradeço ao economista e coordenador de minha pré-candidatura, José Prata, que redigiu este estudo apresentado à militância progressista de Minas Gerais. José Prata é um dos maiores estudiosos da esquerda mineira sobre nosso estado. Prata tem seis livretos publicados: Um olhar sobre Minas Gerais (2004), Minas cresce com o Brasil (2006), Um novo olhar sobre Minas Gerais (2009), Minas no centro da disputa nacional (2011), Por que Dilma e Fernando Pimentel venceram a disputa em Minas? (2015), Um olhar sobre Minas Gerais (2019).

Agradeço também ao Ivanir Corgosinho pela revisão dos originais. Uma boa leitura!

Contagem / Belo Horizonte, julho de 2022

Moara Saboia Vereadora do PT Contagem e pré-candidata a Deputada Estadual

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