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Adilson Dutra: O Brasil é dos brasileiros!

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O Brasil, representado pelo presidente Lula, foi o responsável pelo discurso de abertura do debate de líderes mundiais, durante a 80ª edição da Assembleia Geral da ONU. A fala de Lula ocorre no dia seguinte à nova rodada de sanções do governo americano a cidadãos brasileiros como reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o tarifaço imposto pelos EUA, este é o pior momento das relações entre Brasil e EUA nas últimas décadas.
Lula e Trump trocaram críticas frequentes nos últimos meses, em especial desde que os Estados Unidos sobretaxaram em 50% produtos brasileiros, com o argumento de tentar encerrar uma “caça às bruxas” a Bolsonaro.

Trump tentou ainda, sem sucesso, interferir no julgamento do ex-presidente, condenado a 27 anos e três meses de pena pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Em seus posicionamentos internos, Lula tem criticado o americano pelo ataque à soberania nacional e, após o julgamento, tem destacado a independência do STF.

Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis!
Lula mandou recados a Trump, ‘Não há pacificação com impunidade’ e o ataque ao judiciário do Brasil é ‘inaceitável’ e condenou os “falsos patriotas” e a possibilidade de anistia a quem ataca a democracia brasileira. O presidente também afirmou que a agressão ao judiciário brasileiro é “inaceitável” e disse ainda que a democracia e a soberania brasileiras são “inegociáveis”. “Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais”, disse Lula.

“Não há justificativas para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia.

Agressão contra a independência do poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa das antigas hegemonias”, completou o petista. Lula afirmou ainda que “falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil”. “Não há pacificação com impunidade”, emendou. “Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, acrescentou Lula. “Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra”, disse. “Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia”, acrescentou. Rolou um clima?

“Eu o vi, ele me viu e nós nos abraçamos… Ele gostou de mim, e eu gostei dele”

Logo após o discurso de Lula, no seu discurso Trump diz, “Eu estava entrando (no plenário da ONU), e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Na verdade, concordamos que nos encontraríamos na semana que vem”, disse Trump. “Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos (…). Mas ele pareceu um homem muito legal. Ele gostou de mim, e eu gostei dele”. “O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”, disse Trump, antes de elogiar Lula. A provável reunião entre Trump e Lula será a primeira conversa direta entre os dois líderes desde o início da crise do tarifaço. Mas o presidente norte-americano já havia sinalizado estar disposto a se reunir com o brasileiro.

O governo brasileiro está disposto a fazer algumas concessões para chegar a um acordo?

Entre as concessões possíveis estão em parar de importar petróleo e gás natural da Rússia (financiando assim, segundo trump, a máquina de guerra de Vladimir Putin), esquecer de taxar as empresas de tecnologia (big techs) americanas, pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para liberar contas de redes sociais, ceder a exploração de minerais raros e reduzir impostos de produtos americanos. Uma redução de pena a Jair Bolsonaro em um “PL da Dosimetria”, que está sendo discutido no Congresso, também poderia despertar bons sentimentos em Washington.
Uma coisa é certa, Lula é um “excelente negociador” e um Estadista habilidoso, e segue firme na defesa da Democracia e a soberania brasileira, e não abre mão do diálogo e da diplomacia. Muitas vezes a firmeza na condução e o carisma pessoal vale mais do que as negociações longas e burocráticas. Lula não é apenas um político. É o estadista mais respeitado do planeta. Sua capacidade de dialogar com todos os lados, colocar o povo em primeiro lugar e projetar o Brasil no mundo é incomparável. Um mestre da diplomacia e da governança.

Adilson Dutra é ex-Presidente PT Contagem

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