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Beto Plascides: Uma BR que nos divide e a política pública que aproxima

A regional Nacional é um território um pouco afastado da sede. Por muito tempo considerado território dormitório, divisa com Belo Horizonte. Houve um tempo em que quem era de outras regiões de Contagem nos chamava de belo-horizontinos e os belo-horizontinos nos chamavam de contagenses. Também fazemos divisa com Ribeirão das Neves. Criado na década de 1980, o bairro Nacional, que depois deu origem à regional, hoje abriga 39 bairros. Viu um crescimento exponencial ao longo dos anos. Com o crescimento, vieram desafios, mas também oportunidades que moldaram a história e a identidade local. Uma matéria do jornal O Tempo de 2011 destacava o seguinte texto: “Uma cidade dentro de Contagem. Assim poderia ser classificado o bairro Nacional, um dos locais populosos do segundo maior município de Minas Gerais”.

Conseguimos observar o histórico de evolução da região a partir do primeiro governo Marília Campos (2004). O empoderamento das administrações regionais trouxe a possibilidade da chegada de políticas públicas inovadoras e um diálogo constante com a comunidade, transformando o sentimento de pertencimento dos moradores à cidade de Contagem. Essa mudança não apenas uniu a comunidade, mas também abriu caminho para o desenvolvimento em diversas áreas. Morador do território desde 1989, pude acompanhar de perto as transformações. O crescimento acelerado da região também trouxe consigo oportunidades econômicas. Pequenos negócios floresceram, criando empregos e estimulando a economia. Investimentos em infraestrutura foram necessários e impulsionaram o desenvolvimento econômico da região. Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram se expandindo ao longo do tempo. A construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que está em andamento, vai melhorar muito o acesso à saúde no território.

Hoje temos o Parque das Amendoeiras, importante conquista para a região também trazida pela administração Marília Campos e que outros gestores descuidaram. Agora, ela reforma e amplia, um espaço para o lazer e cultura. Falando em cultura, a regional Nacional é um celeiro importante de artistas das artes visuais. Podemos até chamar de polo do grafite da cidade. Temos aqui artistas que expuseram sua arte pelo mundo. No cinema, além de grandes profissionais, temos filmes que foram roteirizados e filmados no território, mostrando a importância de nossas comunidades. No teatro, existem coletivos atuantes. Na dança, temos grupos que vão do clássico ao contemporâneo, passando pelas festas tradicionais com a tradicional quadrilha chic-chic, importante movimento de cultura e socialização, grupos de capoeira, cultura tradicional e cultura gospel.

Partir de 2021 com a reformulação do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura promovido pela secretaria de cultura (Secult) houve um aumento substancial para os projetos culturais o que possibilitou aos artistas de toda a cidade um processo de criação com eficácia. O resultado é muito satisfatório por toda a cidade e principalmente na regional Nacional, onde podemos perceber a mudança no cotidiano desses grupos e o acesso à cultura pela região.

Para além disso, temos a participação popular no conselho regional que é composto pela sociedade civil e o poder público com representantes de diversas secretarias o que amplia o processo de decisão para a manutenção e a chegada de novas políticas públicas para o território.

Se em 2011 a imprensa classificava o bairro como uma cidade separada da sede, hoje somos uma cidade integrada com a realidade contagense, ainda há muito o que ser feito, esperamos e torcemos pela continuidade dos avanços das políticas públicas que nos unem.

Herbert Plascides (Beto) é ator, diretor, produtor cultural e gestor público graduado pela Faculdade Pitágoras/Unopar. Atua como diretor de promoção cultural e economia criativa na Secretaria de Cultura de Contagem.

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