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José Prata: “Contagem tem prefeita – Balanço e perspectivas do governo Marília Campos”

Apresento neste texto um balanço dos seis primeiros meses do governo Marília Campos em Contagem. Um balanço verdadeiro, mas sem triunfalismo, pois não tem como ainda apresentar um grande legado de realizações em um prazo tão curto. Tem coisas importantes como a vacinação, com grande repercussão e com resultados muito positivos no curto prazo. Outras coisas são importantes de serem ressaltadas, mas seus resultados serão mais de médio prazo; um exemplo é a intervenção no IGH e a retomada da gestão da saúde hospitalar e de urgência, uma medida de grande impacto, mas seus resultados serão medidos somente mais à frente, com a melhoria da saúde, que é o que a população espera.
Neste balanço faço inicialmente uma discussão das “âncoras” políticas, financeiras e administrativas do governo Marília Campos, e como estão sendo importantes já nos primeiros meses da administração municipal; retomo pontos programáticos e experiências históricas, o que impressiona é como estas “âncoras” têm uma continuidade histórica e como compromissos de campanha se transformaram em práticas de governo. Apresento, ainda, algumas das principais realizações do governo nas políticas públicas municipais na saúde, na educação, e nas demais áreas e as perspectivas para os próximos dois anos. E apresento, finalmente, o reposicionamento político da prefeita com o retorno épico de Lula, agora inocentado e com seus direitos políticos recuperados, ao cenário político, com repercussões enormes na conjuntura e nas eleições do ano que vem para a presidência da República e para os governos de Estados, como é o caso de Minas Gerais.(…) Este balanço pode ser lido na íntegra, são 30 páginas, ou o leitor e leitora poderá pesquisar os temas de interesse que estão registrados nos títulos com letras maiúsculas. Agradeço ao Ivanir Corgosinho, que me ajudou na coleta de dados sobre as políticas públicas de Contagem.

CAPÍTULO I-AS ÂNCORAS POLÍTICAS, FINANCEIRAS E ADMINISTATIVAS DO GOVERNO MARÍLIA

1-MARÍLIA JÁ MOSTRA QUE UM BOM GOVERNO SE CONSTRÓI COM PACTOS E CONSENSOS. Nos compromissos de campanha escrevemos: “Para Marília quem governa tem o dever de governar para todos e todas, de promover a paz e o bem comum. Para ela a democracia é a solução encontrada nas sociedades modernas para que diferentes interesses, ideologias e opiniões possam conviver pacificamente no dia a dia, e competir pela preferência da maioria nos momentos de eleição. Quem governa tem o dever de governar para todos e todas, e não apenas para seus eleitores. Governar exige descer do palanque e transformar a competição do momento eleitoral em cooperação para a promoção do bem comum, celebrando pactos e construindo consensos. Governar não é produzir um permanente estado de guerra entre cidadãs e cidadãos. Governar requer amplitude, generosidade, civilidade e respeito pela cidadã e pelo cidadão que votaram contra o governante. Esta linha de governo de “celebrar pactos e construir consensos” se torna ainda mais importante diante da crise sanitária e econômica em que vivemos. Marília vai, com certeza, utilizar toda a sua sensibilidade, experiência e capacidade de articulação política para, tal como propõe o seu programa emergencial, “vencer a pandemia, sair da crise e reconstruir Contagem”, com medidas como a vacinação em massa da população; o retorno às aulas em condições seguras; o apoio social à população mais vulnerável e medidas de apoio à retomada da economia local”.
Este compromisso de campanha virou política de governo. Nos seis primeiros meses de governo, Marília exercitou plenamente sua vocação para a negociação e o diálogo: reconheceu a autonomia do Legislativo e busca a negociação e o consenso em torno dos projetos de lei e políticas públicas; costurou o “Pacto pela Vida” com entidades empresariais, religiosas e da população, que sofreu muitas críticas, mas acabou se transformando em um importante instrumento de combate à pandemia do Coronavírus em Contagem e com resultados já importantes com a melhoria dos indicadores; negociou com a população mudanças em obras, como as que resultaram na manutenção do Camelódromo e de mais de 200 árvores na Avenida Teleférico; Marília se articulou politicamente, de forma ampla e plural, com o governo do Estado, prefeituras da região metropolitana, parlamentares (deputados estaduais, federais e senadores), que resultaram em enormes avanços para Contagem.(…) Mas veja bem: governar com base em pactos e consensos não significa que a prefeita não decide, não toma decisões polêmicas e não consensuais, não faz “o que precisa ser feito” de acordo com suas posições políticas e programáticas. Dentre as medidas não consensuais, ainda que algumas delas puderam avançar com “consenso progressivo”, podemos citar: a decisão de fechar os serviços não essenciais, antes mesmo da “onda roxa”; a suspensão da liberação de novos loteamentos na Bacia de Vargem das Flores; a intervenção no IGH e a retomada da gestão da saúde hospitalar e de urgência; a suspensão de contratos considerados onerosos e prejudiciais aos cofres municipais; e, em algum momento, Marília vai mandar para a Câmara Municipal mudanças amplas na previdência municipal com adequação às mudanças já efetuadas para os servidores estaduais, servidores federais e trabalhadores do setor privado vinculados ao INSS.
Cabe destacar o diálogo de Marília com a comunidade evangélica. Na eleição, no segundo turno, a petista teve o apoio de muitas igrejas evangélicas de nossa cidade. No governo este diálogo continuou em torno de medidas de combate à covid-19 e de assistência social. Marília foi uma das precursoras em Minas Gerais de grandes iniciativas no plano institucional de adoção de propostas e políticas de igualdade, em relação às mulheres, negros e negras e população LGBTQIA+. Por que isto não a estreitou politicamente junto à comunidade evangélica? São diversas as hipóteses para explicar esta situação: a) a petista sempre defendeu a combinação das políticas de igualdade, muito centradas ainda em segmentos da classe média, com a defesa dos direitos sociais universais de toda a sociedade, o que tornou possível uma interlocução com segmentos mais pobres da população onde a presença evangélica é muito expressiva; b) dentre as bandeiras das políticas de igualdade, foram dado destaque aquelas de maior consenso social, como no caso da luta contra as violências contra as mulheres; c) Marília sempre travou a luta pelas políticas de igualdade sem estabelecer rupturas com segmentos mais conservadores em termos de valores, ou seja, priorizou a defesa do estado laico, mas com um profundo respeito aos valores morais e familiares dos evangélicos vivenciados na vida privada; d) Marília convive na sua família com pessoas evangélicas; sua mãe, Silvia, é evangélica, dois de nossos filhos foram evangélicos quando adolescentes, por cinco a seis anos, o que desenvolveu um aprendizado de convívio familiar plural em termos religiosos; e) Marília é de uma “família tradicional”, é casada com o economista José Prata há 38 anos e tem três filhos, o que fortalece e amplia a defesa de todas as formas de família.

2-MARÍLIA ESTÁ FAZENDO UM BOM GOVERNO TAMBÉM PORQUE CONTAGEM TEM UMA SITUAÇÃO FINANCEIRA BASTANTE SATISFATÓRIA. Os dois últimos governos, de 2013 A 2020, mantiveram Contagem numa situação de “boa gestão fiscal”, selo que Marília alcançou para Contagem em 2012. Vejamos a questão da dívida, que é um indicador fiscal importante: Marília, de 2005 a 2012, derrubou fortemente o endividamento de 127% da receita para 47%; os dois governos seguintes fizeram um esforço fiscal menor mas importante, reduzindo a dívida de 47% para 31% da receita corrente líquida. Isto aconteceu, nos últimos oito anos, com medidas positivas como a redução da dívida junto ao governo federal e outras medidas polêmicas, mas que consideramos inevitáveis, como a contenção salarial dos servidores para fazer frente ao menor crescimento da receita municipal e a cobrança do IPTU residencial.
Os indicadores econômicos e sociais são bons: a) a Cidade tem uma economia bastante diversificada, com indústrias, comércio varejista, comércio atacadista, serviços e logística; não depende, portanto, de um único segmento econômico ou de uma ou duas grandes empresas; b) Contagem conta com receitas de transferências ainda expressivas, como no caso do ICMS, com posição de destaque dentre os grandes municípios brasileiros; c) as receitas próprias do município são muito expressivas, ficando Contagem menos dependente das transferências constitucionais; mesmo com a redução do IPTU que será realizada pela prefeita será possível manter receitas próprias expressivas; d) em 2021, Contagem não terá os recursos extras repassados pelo governo federal em 2020, mas o crescimento da economia, devido à base muito baixa de 2020, terá impactos positivos nas receitas de transferência e receitas próprias, devendo compensar, no todo ou em parte, as perdas das receitas extras; estimativa recente prevê receita corrente líquida de R$ 1,930 bilhão em 2021, pouco inferior a do ano passado de R$ 2 bilhões, um recuo de 3,5%; d) Contagem tem um endividamento muito baixo de R$ 674,021 milhões (dívida consolidada) e de R$ 187,128 milhões (dívida consolidada líquida), que representam, respectivamente, 33% e 9,45% da receita corrente líquida, o que reduziu muito os juros e encargos da dívida. É uma situação muito diferente de Minas Gerais, por exemplo, que tem dívida de 200% da receita ou daquela que Marília enfrentou em 2004, quando a dívida pública municipal equivalia a 127% da receita corrente líquida; e) com dívida baixa, a cidade pode realizar grandes investimentos em diversas áreas através de empréstimos que já foram acertados pela Prefeitura e de outros que podem ser contraídos no governo Marília Campos; f) os gastos de pessoal no primeiro quadrimestre de 2021 foram de R$ 790,642 milhões, ou 39,81% da receita corrente líquida, incluindo os gastos com ativos, aposentados e pensionistas, o que deverá manter o município bem abaixo dos limites a Lei Fiscal, de 51,30% (limite prudencial) e 54% (limite máximo); g) os gastos de pessoal, goste-se ou não, de acordo com previsão da Lei de Responsabilidade Fiscal (mudança efetuada como condição para repasses extras a estados e municípios) ficarão congelados até o final de 2021; além disso, por exigência da Emenda Constitucional 103/2019, as alíquotas de contribuição dos servidores para a previdência serão reajustadas com impacto em 2021, medidas estas que manterão a folha, mesmo nos piores cenários, abaixo dos limites fixados legalmente; o que poderá abrir espaço para que em 2022 parte ou toda a perda de 2021 seja compensada; h) apesar de ser de capitalização, a previdência municipal tem uma capitalização mais moderada no curto prazo, já que o município recuou do projeto de lei de capitalização total da previdência que quebraria Contagem.
Mas, o certo mesmo é que o futuro de Contagem ficará muito dependente de um projeto de desenvolvimento para o Brasil que alavanque as receitas públicas de transferência e próprias; da evolução das receitas próprias, como no caso do IPTU residencial; do modelo de previdência que será adotado pelos municípios como exigência federal; do controle da dívida do município que Marília fixou em seu programa de governo de até 50% da receita corrente. E todo o planejamento municipal deverá levar em conta que não se pode contar com receitas atípicas (como as transferências extraordinárias do governo federal para compensar perdas com a pandemia e de receitas extras do Estado de quitação de débitos de transferências não realizadas no tempo certo) que não se repetirão em anos seguintes.

3-MARÍLIA JÁ COMPROVA, MAIS UMA VEZ, SUA FAMA DE GRANDE GESTORA PÚBLICA. Marília tem uma grande experiência de gestão, mas, além disso, estuda muito. Marília foi a primeira mulher eleita prefeita de Contagem em mais de 100 anos da cidade. Fez história novamente ao ser a primeira(o) a ser reeleita na cidade desde que a reeleição foi implantada no Brasil. No início de seu governo, em 2005, frente às dificuldades que enfrentava, foi taxada pela oposição de “essa mulher não faz nada”. Ela enfrentou todos os desafios fez um excelente governo, foi reeleita e terminou seu segundo mandato, consagrada com aprovação de 72% da população. Mas, além da grande experiência administrativa, Marília estuda muito os assuntos pertinentes aos seus mandatos, ou seja, ela lê, sistematiza, discute os seus conhecimentos com outras pessoas; une prática e teoria.(…) Eu, como marido da Marília, brinco com ela dizendo que sua capacidade gestora é uma herança da Silvia, mãe dela, que tem como um dos princípios de gestão da casa: “Guardo o que comer, mas não guardo o que fazer”, ou seja minha sogra “não deixa nada para depois”. Uma frase que me impressionou no depoimento de Marília em uma publicação recente em seu perfil no Facebook: “A minha tranquilidade não se altera com os desafios”. É uma coisa de fato admirável que ela mantenha tamanha calma sendo prefeita de uma grande cidade como Contagem. Marília não traz as tensões políticas e administrativas para nossa casa e isto melhora em muito a convivência familiar. Impressionante: ela “conversa dormindo”, mas quase nunca de assuntos da Prefeitura, fala de assuntos da família e outras coisas “meio desconexas”.
Neste início de ano presenciei de perto o fantástico esforço gestão feito por ela para garantir a “arrumação da casa” no início do governo. Grande parte do esforço dela de gestão, pelas limitações impostas pela pandemia, foi feito de forma virtual e, como trabalho em casa no escritório ao lado dela, ouvi muitas discussões, sobretudo com o secretariado. Ela fez, nos meses de abril e maio, 22 reuniões de planejamento estratégico com todas as secretarias, para discutir o planejamento de cada uma, a implementação de políticas públicas, a retomada de obras, a valorização dos servidores, a necessidade de revisão de contratos e enxugamento de despesas, a modernização da Prefeitura através do Governo Digital, as medidas emergenciais em cada área.(…) Marília criou também, para reunir as áreas afins do governo, os Comitês de Políticas Públicas, que buscam a integração de atividades que estão separadas em secretarias mas que precisam ser planejadas conjuntamente e ela participa semanalmente das reuniões. Documento da Prefeitura expõe os objetivos dos Comitês: “O objetivo geral é efetivar as políticas públicas integradas, estabelecendo diretrizes que promovam a transversalidade, intersetorialidade, planejamento, monitoramento e avaliação, com vistas a traçar uma linha da qualificação dos gastos, mobilização social/controle social da administração pública municipal”. São cinco os Comitês Setoriais: Comitê de Gestão; Comitê de Políticas Sociais e de Desenvolvimento Local; Comitê de Políticas Urbanas; Comitê de Gestão da Tecnologia da Informação e Inovação; Câmara de Coordenação Orçamentária e Administração Financeira – CCOAF. (…) Marília, na gestão, se esforça enormemente para romper com a verticalização e despolitização da administração pública, muito dividida em “caixinhas setoriais”, e sempre lembra à sua equipe que as políticas públicas não são políticas apenas de secretários, secretárias e de secretarias, são, acima de tudo, “políticas de governo”. Dentre as “políticas de governo” mais importantes nestes primeiros seis meses, a prefeita destaca aquelas definidas principalmente nas “medidas emergenciais” de seu programa de governo. A agenda política e social prioritária neste momento do governo Marília Campos: a) saúde: vacinação, leitos hospitalares e transparência nos dados epidemiológicos, que, neste momento, começam a mostrar o controle da pandemia em nossa cidade; b) educação: organização das aulas virtuais e garantia de retorno seguro das aulas presenciais; c) economia: desenvolvimento econômico e social, com a retomada dos investimentos e obras na cidade e geração de empregos no setor privado; d) assistência social: continuidade do auxílio merenda, um programa de renda mínima vinculado à educação, e programas emergenciais como no caso das cestas básicas; e) manutenção e capina da cidade, que está sendo garantida com a ampliação das equipes para ampliar capina nas áreas centrais e mutirões nas regiões; no caso das praças de imediato é necessário a capina e retornar com o funcionamento das fontes e cascatas; f) financiamento da cidade: em julho será cobrado o IPTU, que deve ser defendido enquanto política econômica no caso das empresas, mas precisa ser defendido também como mecanismo de sustentação da cidade no caso das pessoas físicas.

4-MARÍLIA TEM UM JEITO DE GOVERNAR QUE CAIU NO GOSTO DA MAIORIA DA POPULAÇÃO; SEUS ATRIBUTOS POLÍTICOS E PESSOAIS A TORNARAM UMA “PESSOA INESQUECÍVEL”. Marília, nos últimos 24 anos, foi a única prefeita que obteve a recondução ao cargo, que agora está sendo ocupado pela terceira vez, porque tem um estilo de governo e uma inserção pessoal na vida da cidade que caiu no gosto popular. Marília é uma liderança política que não se afasta da vida da cidade, não governa apenas de seu Gabinete. Ela é presente, dialoga, atua e participa da vida da cidade. Passada a eleição, ela está de novo “no meio do povo”, em todos os lugares, visitando, ouvindo, dialogando. É comum encontrar quem tem uma história com Marília, quem esteve com ela em escolas, praças, centros comerciais, pistas de caminhada, supermercados, feiras, nas portas de fábrica, nas igrejas e nos templos evangélicos, nos carros de som, nas visitas ao comércio, no metrô. É muito comum que pessoas fora de períodos eleitorais, não acostumadas com lideranças presentes na vida da cidade, perguntem a ela: “Vai ter eleição agora?”. E importante: Marília, no momento atual, está motivada, desafiada e convicta de retomar a sua forma de governar com diálogo e muito próxima da população e está cheia de planos para fazer Contagem feliz de novo.
Esta forma de governar em contato permanente e “no meio do povo”, em função da pandemia, não é possível de ser praticada. É a primeira vez, em 40 anos de militância, que Marília “saiu das ruas”. Na campanha, ainda conseguimos que ela “desfilasse” pela cidade em uma camionete de som, de máscara e sem comícios e aglomerações. Mas, na Prefeitura, “Governo de rua” e “pandemia” são incompatíveis. A pandemia, somente agora, parece que caminha para ser controlada, é o que os dados epidemiológicos indicam. Mas ainda é muito alto os números mensais de casos (mais de 4 mil) e de mortes (mais de 100) por covid-19 na nossa cidade. Portanto, não é hora de flexibilizar a agenda política da Marília, com atividades de rua. Um governo no “meio do povo” somente depois que a pandemia estiver controlada: com toda a população vacinada, e quando todas as atividades aglomerativas nos esportes, na cultura, e reuniões familiares estiverem liberadas. Até lá é continuar reunindo as pessoas de forma virtual, como Marília fez recentemente nas reuniões territoriais e na educação, das quais participaram 4 mil pessoas; além de reuniões presenciais necessárias, restritas e com protocolos sanitários.
Eu, que acompanho do ponto prático e teórico a trajetória da Marília, nunca compreendi precisamente a trajetória vitoriosa dela de 40 anos de militância política. Ela atravessou, com uma liderança praticamente intacta, as mais diversas conjunturas políticas: fim da ditadura militar; liberalismo da década de 1990; emergência dos governos de esquerda; golpe de 2016 com impeachment de Dilma, condenação de Lula e enorme enfraquecimento do PT e da esquerda em geral; retorno do ultraliberalismo; vitória de Bolsonaro. E mais: Marília sempre atuou em grandes cidades do Sudeste – Belo Horizonte e Contagem-, onde recolheu votos que lhes deram três mandatos de deputada e três mandatos de prefeita; grandes cidades são “cemitérios de lideranças políticas”; quase ninguém sobrevive por muito tempo com o apoio popular e os votos dos cidadãos e cidadãs metropolitanos; para sobreviver politicamente deputados estaduais e federais “interiorizam” o trabalho junto aos moradores de pequenos municípios. Por que a liderança de Marília não apagou? Minha resposta hoje a esta pergunta é a seguinte: Marilia é uma “pessoa inesquecível”. Impressionante: somente agora depois de aposentado, com o despertar da minha alma de poeta e cronista, consegui formular esta síntese. Nas pesquisas de opinião a aprovação / desaprovação dos líderes políticos se dividem: fatores exógenos (o legado de realizações nas políticas públicas) e endógenos (atributos políticos e individuais da liderança). Marília se tornou uma liderança, até hoje, “indestrutível”, na expressão de Wanderley Guilherme dos Santos em relação a Lula, porque é uma grande gestora e tem uma grande aprovação “exógena”, ou seja, tem um legado de realizações nos cargos que ocupou que a população reconhece, especialmente como prefeita. Mas são inúmeros os políticos que tiveram administrações reconhecidas pela população e que foram “esquecidos”. Marília é reconhecida porque pragmaticamente é tida como uma mulher “boa de serviço”. Mas são os seus atributos políticos e pessoais, fatores “endógenos”, que deram “liga” para que sua liderança mantivesse intacta ao longo de 40 anos. Dentre estes atributos que as pessoas consideram inesquecíveis podem citar: a política como algo permanente e não somente em época de eleição, a presença cotidiana no “meio do povo”; a pessoa afirmativa, alegre e vibrante; a liderança que é “gente como a gente”, que não é uma pessoa “especial” e “extraordinária” é “uma de nós” no comando da Prefeitura; a política voltada para a transformação social e não para o enriquecimento pessoal, materializado na recusa aos privilégios, como a aposentadoria de deputado, nunca empregou parentes e a transparência até hoje como prefeita com a divulgação mensal de seu contracheque; o compromisso com os direitos sociais, com o direito à vida, especialmente com o emprego, saúde, educação, previdência e assistência social, independente do cargo que ocupa; a mulher “guerreira” que não manda seus “soldados” e “soldadas” para a “guerra” sozinhos, ela os lidera no “campo de batalha”; Marília é “mulher de palavra” que não trai os seus compromissos com a população; Marília retirou Contagem de “cidade satélite” de Belo Horizonte e desenvolveu a autonomia da cidade e a autoestima da população.

5-MARÍLIA GOVERNA NUMA ALIANÇA DA CLASSE MÉDIA COM OS SEGMENTOS MAIS POBRES DA POPULAÇÃO. Marília, em seus compromissos programáticos nestes 6 meses de governo, já deixa claro que seu governo será baseado numa base social formada pela classe média com a população mais pobre.(…) Luís Felipe de Alencastro, historiador, afirma que o objetivo de toda esquerda democrática “é transformar a maioria social em maioria política”. Marília conseguiu consolidar na Prefeitura uma base social formada pela classe média, sobretudo do Eldorado, Sede e também do Riacho, Petrolândia e Industrial, com a população mais pobre, sobretudo de Nova Contagem e de vilas e bairros populares de outras regiões. Marília, pela sua fidelidade às posições históricas do PT – combate aos privilégios, proximidade com a população, identidade com os direitos do povo –, além de suas qualidades individuais imensas estabeleceu âncoras fortes junto a diversos setores sociais. E na gestão da Prefeitura conseguiu estabelecer bases em setores mais pobres, com as políticas sobretudo de urbanização (saneamento, pavimentação, habitação, capina e manutenção, etc) e junto aos setores médios, com uma ampla política de requalificação urbana (praças, parques, pistas de caminhada, academias ao ar livre, revitalização de centros comerciais, etc); além de avanços importantes para toda a população na saúde, educação, lazer e esportes, etc. Isto confere à petista uma base social que praticamente nenhuma liderança de esquerda do Sudeste e Sul tem. (…) Agora em seu terceiro mandato Marília vai retomar e consolidar esta base social majoritária na cidade. Claro que as políticas públicas tem um caráter distributivo (infelizmente a tributação concentra a renda). As políticas públicas municipais já significam a “Prefeitura para quem mais precisa”. O SUS tem uma importância para toda a população, como no caso da vacina, mas é, indiscutivelmente, mais importante para 70% da população que não tem planos de saúde. A educação pública também beneficia mais os pobres, que não tem acesso à educação privada, e a educação infantil, sobretudo, é fortemente concentrada nos bairros mais pobres. Estes serviços públicos precisam ser melhorados. Mas o que a população dos bairros mais pobres anseia também muito o direito à urbanização garantido nos bairros de classe média (saneamento básico, pavimentação, moradia popular, urbanização de vilas e favelas, espaços de lazer, etc). Já a população de classe média, além das políticas públicas, anseia, sobretudo, pela requalificação dos espaços públicos, como é o exemplo das praças Glória, Tancredo Neves, Jabuticaba, que estão praticamente “destruídas”.

6-POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO JÁ ESTÁ SENDO VITORIOSA PORQUE É ADEQUADA À REALIDADE DE CONTAGEM E AO CONSEGUIR UMA AGENDA “POSITIVA” PARA CONTAGEM NA MÍDIA DA GRANDE BH. A esquerda se tornou forte em Contagem porque, como uma das prioridades, implementamos um projeto de comunicação, nos mandatos parlamentares e de prefeita da Marília, para uma cidade que “não era polo regional”, mas uma “cidade satélite” de Belo Horizonte. Contagem não tem quase nada que tem uma grande cidade (Belo Horizonte e cidades polo regionais): canais de televisão, rádios, jornais impressos, Portais na Internet, times de futebol, muitos teatros. É absolutamente óbvio: os numerosos meios de comunicação não têm outra coisa a fazer senão “pautar” fortemente a vida da cidade onde estão sediados: o futebol, as atividades culturais, a situação do trânsito, as políticas públicas, a movimentação política local, as manifestações cotidianas dos governantes locais, etc; nestas cidades o prefeito ou prefeita podem ficar restritos a uma política de comunicação mais “institucional”. Já as “cidades satélites” como Contagem, só são notícias, nos órgãos de comunicação da capital, em torno de questões “negativas”, como crimes, acidentes de trânsito e outras coisas ruins; portanto uma política de comunicação que seja apenas “institucional” não tem nenhuma eficácia, em particular numa administração de esquerda. Marília compreendeu isso e adotou uma política de comunicação “encaixada” na realidade local: a) sem a “mediação” de uma rede de comunicação que não existe na cidade, ela adotou a “comunicação de rua”, trazida da experiência do movimento sindical das décadas de 1980 e 1990, estabelecendo uma relação direta com a população; b) a adoção de um mix de comunicação mais amplo, com peso ainda relevante para as mídias tradicionais; c) em termos mais recentes, a combinação das mídias tradicionais com a internet, trazendo a emoção das ruas para as redes sociais; d) consolidação de uma gestão da informação impecável (estudos e sistematização de legados).
A comunicação de Marília em Contagem só foi vitoriosa porque não foi baseada em fórmulas genéricas das agências de comunicação de aplicação na capital e cidades polos, mas a partir da realidade concreta da cidade, como reconheceu a Asa Comunicação, a maior agência de publicidade de Minas na década de 2000, ao tratar nossa experiência de mídia impressa, num texto de 2004 de análise de uma pesquisa qualitativa, “como um caso único na história política”. Veja a análise da ASA: “A pesquisa qualitativa Doxa confirma estas informações ao apresentar um quadro bem definido sobre a percepção do eleitor a respeito dos candidatos. Marília Campos quer dizer a transparência que faz a diferença. Este cenário confirma a tese sempre defendida pelos profissionais da Asa Comunicação de que política e comunicação devem ser feitas o tempo todo, independente do cargo que se ocupa – executivo ou legislativo. Isso evita o grande mal que causa o desgaste maior da classe política que, na maioria dos casos, busca o eleitor às vésperas da eleição – uma atitude que gera desconfiança e afasta o eleitor. Marília Campos nem precisa prestar contas da sua atuação, ela faz isso durante o mandato, através do “Jornalzinho da Marília” – uma peça modesta e agradável de se ler, que tem um recall impressionante: na pesquisa Doxa, o eleitor evidencia isso com várias expressões significativas. É admirável que isso tenha acontecido e a deputada e sua equipe estão de parabéns pelo fato de fazerem – sempre – uma comunicação eficiente. Asa, para ser honesta com suas convicções, em 41 anos de existência, nunca encontrou um caso parecido na política”. Com base nesta análise da nossa comunicação, a ASA e a Doxa, que acompanharam nossa campanha em 2004, cravaram, quando Marília tinha pouco mais de 10% das intensões de voto, que ela seria a “futura prefeita de Contagem”. (…) Não me canso de repetir esta passagem de nossa história aqui em Contagem, porque num gesto sem precedentes de humildade, grandes “especialistas” da comunicação reconheceram que nossa comunicação era um exemplo único e singular, um projeto genial e revolucionário construído por muitos de nós, que simplesmente foi decisivo na mudança de Contagem. E repito: uma comunicação que foi decisiva em todas as vitórias de Marília nos anos seguintes.
O debate sobre a comunicação em Contagem, baseado nas formas genéricas para capitais e cidades polo, chega a ser irritante. Uma polêmica muito forte que temos travado historicamente em Contagem é que, alguns “especialistas” querem afunilar radicalmente a comunicação de Marília em torno de um único instrumento: ou a televisão quando Marília ocupou a Prefeitura de 2005 a 2012, ou a Internet, agora nos mandatos mais recentes de deputada estadual, na campanha de 2020 e agora na Prefeitura. Defender instrumentos de mídia tradicional na cidade é considerado uma política de comunicação de “gente ultrapassada”. Como centralizar todo o esforço de comunicação nas mídias modernas, se tais mídias modernas não existem ou existem de forma limitada na cidade – como tvs, rádio, Portais na Internet, que pautem a cidade? Em Contagem, portanto, política de comunicação não é somente uma “opção”, mas uma “imposição” da realidade local. Portanto, mídias tradicionais em nossa cidade não é coisa de “gente ultrapassada”; centralizar todo o esforço de comunicação em mídias “modernas”, que não existem ou existem precariamente, é absoluta “ignorância política”. Faz bem a prefeita Marília Campos, neste sentido, em adotar um mix de comunicação em seu governo.
A política de comunicação do governo Marília Campos está no caminho correto. Primeiro, porque, pela primeira vez na história de Contagem, a prefeita está conseguindo “pautar”, nas TVs, rádios, jornais de BH (retransmitidas para Contagem) fortemente a cidade com uma “agenda positiva”, como nos casos da campanha de vacinação; obras da Avenida Tereza Cristina; distribuição desigual de vacinas; intervenção no IGH; política de combate à pandemia, etc. Isso foi facilitado porque, de forma pioneira, alguns órgãos de imprensa de Belo Horizonte, como Globo Minas, vem adotando um formato menos belorizontino e mais metropolitano no seu noticiário, como é o caso do MG TV, que vem dando grande destaque a nossa campanha de vacinação que está adiantada e muito bem organizada. E a comunicação da Prefeitura, em função das limitações do início de governo, está apenas no início, com o Face e o site da Prefeitura, os carros de som e campanhas na grande mídia como no caso da intervenção no IGH. Considero que a comunicação nos carros de som tem um certo “charme”; eu, que trabalho em casa, fico emocionado com os carros de som passando na rua de minha casa, convocando para a vacinação, e ver que Contagem se tornou noticia nacional no jornal “Hoje”, da Rede Globo, com o esforço, nos carros de som, de convocação da população para a segunda dose da vacina.(…) Nos próximos meses, com a melhor estruturação da comunicação e com o controle da pandemia, teremos avanços muito grandes na comunicação: a) Marília poderá governar no “meio do povo”, que mudará de patamar a comunicação na cidade; b) o impulsionamento das publicações, em particular as de natureza informativa e educativas, poderá aumentar muito o alcance das redes sociais; c) campanhas institucionais serão feitas na TV, rádios, e jornais; d) a volta do Jornal “Prefeitura Faz” será fundamental e esta publicação, se bonita e com informações de apelo popular, combinado com uma distribuição eficiente casa em casa, poderá se converter num dos principais instrumentos de comunicação da Prefeitura; e) a consolidação do site da Prefeitura como um instrumento de comunicação e de prestação de serviços à população; f) além disso, outros instrumentos de comunicação são importantes de se consolidar: carros de som; busdoor, que são os adesivos nas traseiras dos ônibus; folhetos educativos; outdoors; g) defendo que se acabe com os faxódromos “Prefeitura Informa”, que poluem nossas praças e ruas e são ineficazes como instrumentos de comunicação.(…) Temos também outros desafios para a comunicação da Prefeitura: a) a gestão da informação é muito precária ainda, com seis meses de governo as mídias da Prefeitura demonstram ainda um desconhecimento das grandes obras que estão em andamento e das políticas públicas das diversas secretarias; b) é preciso que se defina o slogan da Prefeitura; não deve existir empecilhos legais intransponíveis para isso, já que todos os governos tem seu slogan: governo federal, governo do Estado, Prefeitura de BH, e praticamente todas as demais prefeituras e governo de Estado; se leis municipais não preveem o slogan, que se proponha mudanças nestas leis então.
Marília conta individualmente com redes sociais as mais expressivas dentre as principais lideranças políticas de Minas Gerais, o que aumenta e muito o alcance da comunicação de seu trabalho como prefeita de Contagem; são 166.000 seguidores no Facebook; 40.000 no Instagran e 4.000 no twitter. E importante: Marília, com o caráter mais político e impessoal do Face, transformou o Instagran e Twitter, que são ágeis, como suas mídias “mais pessoais” de contato com seus seguidores.(…) Um problema sem solução tem sido que a defesa do governo, de forma mais consistente, tem sido feita somente pela Marília, não se vê nas redes sociais praticamente ninguém do governo se posicionando em defesa da Marília, não digo com textos longos com este de 30 páginas, mas mesmo textos pequenos de dois a três parágrafos. Pelo menos na minha Timeline encontro alguma iniciativa de defesa do governo somente de quatro a cinco Administradores regionais. Temos no governo pessoas qualificadas e bem formadas em educação, saúde, assistência social, cultura, finanças públicas, meio ambiente, desenvolvimento econômico, etc, mas que não escrevem e publicamente quase nada nas redes sociais. Como não temos portais consolidados em nossa cidade e como não temos pessoas que “pautem” as redes sociais, nossa militância fica perdida ou então assume apenas um papel de “chapa branca”, compartilhando e comentando apenas as publicações da Prefeitura. Uma sugestão que faço é repaginar o site da Marília e transformá-lo em um espaço de formação e de debate das políticas públicas de nossa cidade, com compartilhamento de artigos no Facebook.

7-MARÍLIA DESMENTE, NA PRÁTICA DE GOVERNO, AS MENTIRAS E FAKE NEWS DE SEUS ADVERSÁRIOS: SÃO CADA VEZ MAIS NUMEROS OS “ARREPENDIDOS” DE NÃO TEREM VOTADO NELA E PESQUISA MOSTRA GRANDE APOIO POPULAR À PREFEITA. Marília está fazendo um bom governo também porque muitas das mentiras e fake news que lhe retiraram milhares de votos, sobretudo na classe média, caíram como “um castelo de cartas”. Por exemplo: a ridícula acusação de que Lula, Dilma, Pimentel seriam secretários municipais. Trata-se de uma subestimação absurda da inteligência dos contagenses, mas a formação do secretariado já desmanchou esta mentira. A mentira de que Marília teria o apoio do prefeito Alex de Freitas se desmanchou com o anúncio da equipe de governo, que é de mudança na política na cidade. A mentira de que Marília iria perseguir as Igrejas Evangélicas também foi desmontada porque Marília, junto com lideranças evangélicas, tem todas as condições de liderar um pacto democrático, pluralista e de convivência em Contagem que poderá ser um exemplo para o Brasil. A mentira de que Marília isolaria Contagem de Minas e do Brasil foi desmontada com o investimento de R$ 300 milhões, um dos maiores da história de nossa cidade, que foi articulado para as obras no córrego Ferrugem e Tereza Cristina. Na questão do IPTU, os ajustes que serão feitos e a transparência na aplicação dos recursos públicos em Contagem, inclusive do IPTU, deverão superar este debate em definitivo e impedir que ele volte a polarizar futuras disputas eleitorais em nossa cidade. Marília, ao aproximar a Prefeitura da população e continuar como cidadã integrada à vida da cidade, deverá dificultar muito a vida dos “forasteiros” ou dos “novatos” que aparecem do nada para tentar assumir o comando da Prefeitura.
As mídias sociais, sobretudo o Facebook e o Instagran, com seu alcance enorme na sociedade, em todas as classes sociais, dão pistas importantes sobre a receptividade do governo na população de Contagem. Nos comentários se pode ter uma amostragem de opiniões. O que mais temos visto são pessoas que manifestam orgulho pelo voto que deram na Marília: “O melhor voto de minha vida”; “meu voto valeu a pena”; “você terá sempre o meu voto”; mas cresce também na internet e em manifestações na presença da Marília o número de “arrependidos” de não terem votado nela. Com base nesta amostragem das redes sociais e em manifestações nas ruas, tudo indica, Marília está muito bem avaliada pela população. Pesquisa que está circulando nos meios políticos de Contagem dá à Marília uma taxa de aprovação de 72% da população.

CAPÍTULO II-BALANÇO DAS PRINCIPAIS REALIZAÇÕES E PERSPECTIVAS DO GOVERNO MARÍLIA CAMPOS PARA OS PRÓXIMOS DOIS ANOS.

1-CAMPANHA DE VACINAÇÃO EM CONTAGEM ESTÁ BEM ENCAMINHADA, TEM ENORME REPERCUSSÃO NA MÍDIA DE BH E TEM AMPLA APROVAÇÃO DA POPULAÇÃO. Contagem atingiu no dia 30/06, 228.278 pessoas imunizadas com a primeira dose (34,09% da população) e 62.780 pessoas com a segunda dose (9,46% da população); neste mesmo dia a vacinação por idade era de pessoas com 47 anos ou mais. A campanha de vacinação de Contagem está bem encaminhada, a vacinação está mais acelerada que em outras cidades mesmo com a divisão desigual de vacinas e, com boa organização (como nos caos dos mutirões, do Arraiá), Contagem tem ocupado um enorme espaço na grande mídia – TV, rádios, e jornais, portais na Internet e recebido elogios quase unânimes da população.(…) Tudo indica que Contagem vai continuar tendo um bom desempenho na campanha de vacinação. Veja o tamanho da população de Contagem: Minas Gerais tem 21,292 milhões de habitantes, Contagem tem 669 mil, o que representa 3,14% da população do Estado. Contagem poderá ter uma grande vacinação nos meses de julho a setembro por quatro razões. Primeira, é que as vacinas, com o fim próximo da imunização dos grupos prioritários, serão distribuídas aos municípios por faixa de idade, portanto mais proporcional à população, o que dizer que Contagem receberá aproximadamente 3,14% das doses de todo o Estado. Segundo, é que o grande grupo prioritário que falta para vacinar é o dos “trabalhadores industriais”, que são muito numerosos em Contagem; eles são 5,3 milhões no Brasil e 530 mil em Minas Gerais; e como Contagem tem 45 mil trabalhadores industriais, significa que a cota de nossa cidade neste grupo prioritário será de 8,5%, bem acima da participação da cidade de 3,14% na população estadual; serão 90 mil doses de vacina para as duas doses da imunização. Terceiro, é que o governo do Estado decidiu mudar o critério para o grupo prioritário de “pessoas com comorbidades”, ao invés da remessa de vacinas ser com base na vacinação da gripe dos anos anteriores, passou a ser com base em 14% da população de cada município, e, sendo proporcional à população um grande grupo prioritário, diminuiu um pouco a desigualdade da vacina, o que favoreceu Contagem. Quarto, é que estima-se que em julho a setembro, o que vai garantir para Contagem uma quantia de doses para acelerar muito a vacinação, considerando a cota para faixas de idade de 18 a 59 anos e para a vacinação do grupo de trabalhadores industriais (como dissemos: 90 mil doses para as duas doses); e) segundo matéria publicada no UOL, no mês de julho deverá haver uma desaceleração da vacinação da primeira dose, em função da necessidade de estoque para a segunda dose que está próxima, sobretudo do grupo prioritário de 60 a 64 anos, em particular da vacina astrazeneca. Os números de Contagem dão o tamanho do reforço da segunda dose que terá quer ser feito: tem um déficit de 165.355 doses, que só é administrável devido ao intervalo de algumas vacinas de três meses. A vacinação, como veremos a seguir, já está tendo repercussão importante no início de controle da pandemia.(…) É preciso continuar divulgando fortemente a campanha de vacinação, uma posição que defendi fortemente desde que ela começou, e continue sendo a principal “política de governo” de Marília Campos.

2-OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS INDICAM QUE CONTAGEM ESTÁ CONTROLANDO A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS; MOSTRAR ISTO É UMA DAS “POLÍTICAS DE GOVERNO” CENTRAL NO PRÓXIMO PERÍODO. A Prefeitura de Contagem, desde que Marília tomou posse, ampliou a divulgação das informações da pandemia em nossa cidade, com divulgação diária do número de pessoas infectadas, de óbitos, de pessoas recuperadas, da taxa de ocupação de leitos de uti e enfermaria e dos números da campanha de vacinação. E, agora, quinzenalmente, a Prefeitura passou a divulgar um estudo epidemiológico mais completo com informações mais amplas da pandemia em Contagem.(…) Os números do final do mês de junho (30/06) indicam que Contagem está controlando a pandemia. Vejamos o Rt, “que determina a velocidade de propagação de um vírus dentro de determinadas condições, expressando a aceleração do contágio. É um indicador instantâneo e representa o número médio de pessoas infectadas que cada indivíduo contaminado produziu, ou seja, uma vez contaminada para quantas pessoas vou transmitir. Se ele é superior a 1, em média cada indivíduo infectado transmite a doença para mais de uma pessoa. Se é menor, cada vez menos indivíduos se infectam e o número de novos casos retrocede” (Secretaria de Saúde de Minas). Pois bem, o rt estava no último dia de junho no verde em 0,92, o que significa que a pandemia está retrocedendo em Contagem. A taxa de ocupação de leitos de uti estava no amarelo em 55% (dos 80 leitos, 44 estavam ocupados); a taxa de leitos de enfermaria estava no verde em 42% (dos 100 leitos, 42 estavam ocupados). No relatório diário divulgado internamente pelo governo dois outros importantes indicadores: a média móvel de casos dos últimos sete dias estava em queda a 113,1 e a média móvel de mortes estava queda expressiva em 3,2.(…) Se a situação caminha para o controle da pandemia não podemos esquecer a devastação de vidas que a covid-19 já fez na nossa cidade: no dia 30/06 eram 39.430 casos confirmados e 1.699 óbitos. Os números, sejam absolutos e relativos, mostram que Contagem não tem o que comemorar, mas também mostram que nossa cidade não lidera a tragédia em Minas Gerais. No dia 30/06, a taxa de casos de covid-19 em Contagem era de 5.889/por 100 mil; em BH era de 9.385/por 100 mil, e em Minas Gerais de 8.471/por 100 mil. Já a taxa de mortalidade (24/06): número de mortes em toda a população de Contagem era 250/100 mil, inferior a de Betim (275), Juiz de Fora (305) e de Uberlândia (360) e próxima da de Belo Horizonte de 225/100 mil; era superior a taxa de Minas Gerais de 213/100 mil e a do Brasil de 240/100 mil. Como se vê, a crise funerária que se abateu sobre Contagem, que foi de explorada de forma oportunista e desumana por um deputado bolsonarista, não é diferente de outros locais, sendo que a mortalidade em Contagem não é muito diferente de outras cidades, como Belo Horizonte.
Marília fez em Contagem um enorme esforço de pactuar uma política de combate a pandemia do coronavírus. A prefeita manteve um intenso diálogo com a Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL Contagem, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – Fiemg e diversos segmentos empresariais, além das entidades e lideranças comunitárias, sindicais, políticas e religiosas. A partir dessa interação, foi implantada a Campanha “Pacto pela Vida” com o objetivo de garantir o funcionamento das atividades comerciais e industriais durante o período de pandemia, como também estimular o cumprimento dos decretos e protocolos sanitários. Fez Pacto, mas, quando necessário, “fez o que devia ser feito”, mesmo que não consensual, como no caso do fechamento das atividades não essenciais antes mesmo da adoção pelo governo do Estado da “Onda roxa” válida para todo o Estado. Os negacionistas, contrariando todas as evidências no Brasil e no mundo, são taxativos: “lockdown não funcionou”; na verdade não tivemos lockdown, mas fechamento de atividades não essenciais. O que “não funciona” é “não fazer nada”; que aposta na verdade na estratégia da chamada “imunidade de rebanho”, com milhões de infectados e com muito mais mortos que temos tido, para que ao fim do genocídio tenhamos “todos os sobreviventes imunizados”. As medidas de isolamento social, ainda que limitadas e restritas ao fechamento das atividades não essenciais, surtiram sim efeitos positivos. É isto que explica porque, depois do aumento da transmissão com “tudo aberto”, tenhamos agora números que mostram a redução da transmissão do vírus em Contagem. Sem o fechamento das atividades não essenciais o número de mortos no Brasil, na primeira e segunda onda, seria de quanto? Imagino que seria pelo menos o dobro: 1 milhão de mortos. Cabe destacar ainda outras políticas adotadas pela prefeita: a) a tentativa de articular uma estratégia metropolitana, diferente da estratégia municipalista de Kalil; b) o convênio com o governo do Estado de fiscalização pela Prefeitura dos ônibus vermelhos metropolitanos vinculados ao DER; c) a articulação junto aos prefeitos e ao governo do Estado por uma distribuição mais equilibrada das vacinas, que teve êxito parcial com a fixação da cota de vacina para o grupo prioritário de “pessoas com comorbidades” baseado na proporcionalidade da população (foram distribuídas vacinas para 14% da população de cada município).
Considero que a produção de dados epidemiológicos não se resume a uma política de secretário e de secretaria, muito menos da epidemiologista, é, deveria ter sido sempre, uma “política de governo”. Desde o início da pandemia temos enfrentado dificuldades nesta área, fala-se em instabilidade do sistema de informação do SUS, falta de pessoal para fazer, digitar e conferir os estudos. A divulgação dos dados neste momento deve ser combinada estreitamente com a campanha de vacinação. Ou seja, a vacina (convocação de novas idades e dados da vacinação na cidade) deve ser vinculada à divulgação dos dados epidemiológicos (redução de mortes, da ocupação de leitos hospitalares, etc).(…) O que é preciso fazer: a) que o relatório quinzenal não tenha mais os atrasos de até uma semana; que a Secretaria de Saúde transforme o estudo numa publicação mais popular, como eu faço regularmente, e não farei mais; c) que a média móvel de casos de covid e de mortes (divulgação, que tem grande destaque na grande mídia), que é divulgada diariamente para o público interno de governo, seja também atualizada (a última divulgada no dia 30/06 traz a média das mortes do dia próprio dia 30/06, mas a média de casos é velha de 22/06) e deve conter uma “bolinha” no gráfico, como faz a Globo, destacando os dados do dia e de sete dias anteriores.(…) Estas informações deveriam ser desde o início do governo, mas agora se tornam fundamentais: a) a divulgação diariamente do número de casos e de mortes não vai mostrar que Contagem está vencendo a pandemia: é preciso divulgar os gráficos que darão visualização que mostram que as mortes ainda estão acontecendo, mas com a curva “embicando” fortemente para baixo; b) como a Prefeitura, como informou o secretário na última Live, vai começar a reduzir o número de leitos, vai acontecer provavelmente que o percentual de leitos vai aparecer com uma ocupação maior; numa comunicação de massas não tem como explicar isso, ou seja, o percentual está crescendo porque está sendo calculado com base num número de leitos menor; esta explicação pode ser dada, mas o mais eficaz é mostrar que a média móvel de mortes está reduzindo e “embicando” para baixo; c) portanto as mídia da Prefeitura e da Marília devem divulgar, neste momento, além da vacinação, os dados epidemiológicos que mostram que “Contagem está vencendo a pandemia”: o rt; os gráficos com as médias móveis de casos e de mortes; a ocupação dos leitos de uti; d) outra dica: é preciso passar a esperança na vacinação e no controle da pandemia; mas é preciso também dizer que “não vamos esquecer os nossos mortos”, é preciso passar uma mensagem de empatia e solidariedade com as famílias das pessoas que morreram com covid-19 em nossa cidade e no Brasil.

3-RETOMADA DA GESTÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE HOSPITALAR E DE URGÊNCIA É MEDIDA HISTÓRICA DE MARÍLIA. Umas das medidas de Marília que mais me agradou foi a intervenção no IGH e a retomada da gestão da assistência Hospitalar (Hospital, Maternidade e Hospital de Campanha) e de Urgência (as cinco UPAS). Já se não bastasse a ampla privatização das estatais, de atividades meio, a terceirização avançou muito no Brasil também nas atividades fins, como no caso da saúde de nossa cidade. Um governo de esquerda não pode aceitar isso.(…) Considero que o modelo de saúde terceirizado fracassou no Brasil. O Rio de Janeiro, estado e cidade, que liderou a implantação deste modelo está recuando. Por diversas razões. Primeiro, porque o governo perde a capacidade de gestão, criando uma situação inaceitável: a população critica as deficiências para os agentes políticos, que ficam imobilizados porque não conseguem atender os reclamos populares. Segundo, porque a terceirização da atenção hospitalar e de urgência fragmenta as políticas de saúde, onde os governos mantém a gestão da assistência básica mas perde a necessária articulação com as políticas integradas do SUS. Terceiro, porque a terceirização se tornou um “saco sem fundo”, onde, por mais que se aporte novos recursos, a situação não se resolve. Quarto, porque, sendo privada a gestão, os servidores são contribuintes do INSS, o que enfraquece a previdência municipal. Quinto, porque são muitos os problemas na gestão, como ocorre em Contagem, onde a própria Controladoria Geral da União (CGU) pede o encerramento do contrato com o IGH. Sexto, porque a terceirização, em muitos casos, mascara despesas de pessoal para burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal, onde gastos de pessoal são lançados como despesas de custeio.(…) Por isso defendo que a Prefeitura assuma a gestão da assistência hospitalar e de urgência, e não troque uma OS privada por outra OS privada. O modelo a ser adotado pode ser a gestão feita diretamente pela Secretaria de Saúde ou a adoção de estruturas, caso necessário, mais flexíveis para contratação de médicos e de outros profissionais, como me parece ser o caso da gestão em BH do Hospital do Barreiro.

4-DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: MARÍLIA RETOMA O GRANDE PLANO DE INVESTIMENTOS EM OBRAS DE R$ 500 MILHÕES; ELA VAI DAR “CRÉDITO” A QUEM INICIOU AS OBRAS. Marília, numa atitude correta e inédita no Brasil, decidiu que, além de mostrar o seu legado de realizações, não vai “apagar” o que outros governos fizeram pela construção de nossa cidade. A cidade é uma construção coletiva e histórica do povo e de seus governos. Nos primeiros mandatos, Marília já mostrou o apreço por esta construção histórica, quando no centenário Contagem inaugurou o “Mural dos Prefeitos e Prefeitas” e, no jornal Prefeitura Faz, divulgou um painel com todos os prefeitos(as) dos 100 anos. Marília retoma agora esta política, na placa de reinauguração do Museu Nair Mendes, deixar registrado que ela conclui e inaugurou a obra, iniciada no governo Alex de Freitas. Marília já deixou claro também que vai continuar as obras de sistema de transportes da cidade, vai manter o nome de SIM – Sistema Integrado de Mobilidade, mas não vai aceitar também que legado seja “apagado” e um exemplo é a recuperação do nome de Cemei para as escolas infantis municipais.(…) Mas em relação ao plano de investimentos de R$ 500 milhões, Marília não vai apenas concluir o que outros governos iniciaram. Foi ela que criou, em grande parte, as condições fiscais para os empréstimos que estão viabilizando as obras. Marília, de 2005 a 2012, derrubou fortemente o endividamento da Prefeitura de 127% da receita para 47%; os dois governos seguintes fizeram um esforço fiscal menor mas importante, reduzindo a dívida de 47% para 31% da receita corrente líquida. Vale ressaltar que grande parte dos grandes investimentos realizados em Contagem, em torno de R$ 500 milhões, são originários do PAC 1, de 2007, do PAC 2, de 2010, e do PAC mobilidade urbana das cidades médias, de 2012, articulados no governo Marília Campos. Estes três planos de investimentos expressam a história do ajuste fiscal de Contagem no governo da petista: Contagem, por estar acima do limite de endividamento da Lei Fiscal, foi contemplada, nos PAC 1 e PAC 2, através de articulação da Marília com o governo Lula, com recursos do OGU – Orçamento Geral da União, sem contrapartida ou com contrapartidas simbólicas do município; já com as contas arrumadas, em 2012, no PAC Mobilidade, Contagem obteve obras através de empréstimos, como é caso dos recursos que hoje viabilizam o SIM. Então Marília não vai concluir apenas obras de governos anteriores; foi ela que iniciou muitas obras, que outros governos continuaram e será ela que vai concluir, como são os exemplos dos equipamentos sociais que estão sendo entregues nas obras do Arrudas (Cemei e UBS); algumas obras do córrego Ferrugem; as obras de mobilidade urbana do SIM; obras em vilas e favelas no valor de R$ 40 milhões.(…) As obras deste plano de investimentos estão sendo retomadas aos poucos pelo governo Marília e os desafios são grandes: em muitos casos é preciso refazer projetos; existe uma enorme demanda de revisão de contratos motivada, principalmente, pela disparada dos insumos da construção civil; em alguns casos será preciso relicitar obras, devido à desistência de empresas ou incapacidade das empresas de tocarem as obras; mas o importante é que não faltam recursos para as obras que já estão garantidos através de empréstimos.
O Plano de Investimentos em andamento é centrado em mobilidade urbana, mas também em obras de urbanização, equipamentos de saúde, construção e Cemei, construção de equipamentos de lazer. Veja alguns destaques: 1) Construção do Viaduto Teleférico, que vai ligar o bairro Água Branca à BR-040; 2) Conclusão dos Terminais do Sistema Integrado de Mobilidade Urbana (SIM) Sede (fase de terraplanagem), Darcy Ribeiro (em fase de terraplanagem) e Ressaca (fase de conclusão); 3) Conclusão do Corredor Norte-Sul, estações de ônibus na Avenida João César de Oliveira. O corredor vai integrar a cidade, ligando Nova Contagem à Cidade Industrial; 4) Requalificação da Avenida Teleférico, no bairro Água Branca, que faz a integração da Regional Ressaca com a Regional Eldorado. O bosque no sentido Estação Eldorado será preservado; 5) Obras de drenagem e de requalificação de vias em Nova Contagem; no Tupã; no Jardim Laguna; no Xangri-Lá; no Solar do Madeira e no Estâncias Imperiais; 6)Conclusão do Complexo Viário do Beatriz ; 7) Construção da Avenida Maracanã; 8)Construção da Upa Nacional; 9)Construção da Upa Industrial (Monte Cristo); 10)Conclusão do o Centro Municipal de Educação Infantil – CEMEI Colonial; 11)Construção do Centro Municipal de Educação Infantil – Cemei Arvoredo; 12)Reforma das escolas municipais Giovanni Chiodi, Ivan Diniz Macedo, Júlia Kubitscheck e Profª Maria de Matos da Silva; 13)Retomada das obras de contenção de cheias no Ribeirão Arrudas; 14)Obras de contenção de encostas nas vilas Bandeirantes I e II, Sapolândia, Estaleiro 1A e 1B, Soledade e Beira Campo. No total, são 111 intervenções que contemplam sobretudo a construção de muros de arrimo. 15)Duplicação do Viaduto Américas II; 16)Restauração da Casa de Cultura Nair Mendes Moreira; 17)Restauração da Casa de Cacos; 18)Projeto do Boulevard Portugal; 19)Construção de pistas de caminhada nos bairros Tropical, Santa Maria, Fonte Grande, Riacho das Pedras e Europa; 20)Execução de obras de requalificação de becos Tulipas, Rua Mirtes Água Branca, Cambucás e Begônias. Para outros becos na cidade estão sendo elaborados os projetos de requalificação; 21) Conclusão das obras para implantação do Parque urbano linear Vila Barraginha, no bairro cidade industrial; 22)Reforma e modernização da quadra de esporte do Ipê Amarelo, do campo de futebol Fonte Grande, e da quadra Frigo Arnaldo, entre outras.

5-MARÍLIA LANÇA NOVO PLANO DE INVESTIMENTOS: OBRAS DO FERRUGEM; EQUIPAMENTOS DE SAÚDE; NOVOS CEMEI. O drama histórico do Arrudas e do Ferrugem, que se estendia há 60 anos, desde a criação da Cidade Industrial, está tendo uma solução com o protagonismo histórico da prefeita Marília Campos. São estes os principais passos da prefeita Marília Campos para garantir os investimentos: a) áreas conurbadas em regiões metropolitanas são vistas como problemas pela maioria dos prefeitos; Marília, ao contrário, viu na conurbação de Contagem e Belo Horizonte uma oportunidade de grandes conquistas, já que poderia envolver mais de um município e diversos atores políticos na conquista de novos e importantes investimentos para melhorar a vida da população. Grandes obras de infraestrutura – PAC Arrudas; PAC Ferrugem; Pampulha – Meta 2014 – foram viabilizadas com uma parceria quadripartite – Prefeituras de Contagem e de Belo Horizonte, governos federal e estadual – inédita no Brasil, como ressaltou o então ministro das Cidades, Márcio Fortes; b) Marília se destaca pelo “sentido de urgência”. Este perfil da prefeita potencializou ainda mais a urgência de se enfrentar e criar soluções para as enchentes no Ribeirão Arrudas. Marília, corretamente, jogou todos os esforços políticos para dar visibilidade ao drama das populações ribeirinhas nos momentos onde as enchentes ocorriam. Não é por outro motivo que os maiores avanços em termos de soluções aconteceram em 2008/2009, anos de grandes enchentes, e agora em 2020 e 2021, anos novamente de grandes enchentes; c) Marília entregou a execução das obras para o governo do Estado: ela foi protagonista, como vimos, na articulação da parceria quadripartite que está viabilizando obras esperadas há décadas, desde a época da construção da Cidade Industrial em Contagem. Mas a prefeita sempre teve claro que a liderança da execução deste grandioso projeto, com todos os problemas vividos pelo nosso Estado em termos financeiros, era do governo do Estado; d) trata-se de obras grandiosas, que calculamos terá ao final investimentos em Contagem e Belo Horizonte, em valores atualizados, de R$ 1 bilhão: a) conclusão da Avenida Tereza Cristina, trecho Contagem, com pavimentação, construção de viadutos, pontes, etc; uma avenida metropolitana fundamental interrompida em função da desarticulação de dois municípios; centenas de famílias reassentadas em apartamentos na própria região ou indenizadas para a aquisição de seus imóveis; grandes obras de drenagem, como a construção de bacias de detenção; obras sociais, como postos de saúde, escolas infantis, Centro comercial, áreas de lazer.
Marília articulou, já no seu segundo mês de governo, um grande investimento de R$ 298 milhões, que deu início ao seu novo programa de investimentos. O governador Romeu Zema, pelo Twitter, em 18 de fevereiro, anunciou: “Reservamos, dentre as medidas de reparação da Vale, R$ 298 milhões para ajudar a solucionar o problema de enchentes no córrego do Ferrugem e Tereza Cristina em Contagem e BH. O Estado mantém diálogo com as prefeituras dessas duas cidades para levar adiante essa solução”. Informou o Face da Prefeitura a grande conquista: “Um acordo de cooperação mútua será firmado entre os municípios de Contagem e Belo Horizonte e o Governo de Minas para execução de obras de macrodrenagem na região metropolitana da capital. A prefeita de Contagem, Marília Campos, participou de reunião com o vice-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, e o secretário de estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, além da equipe técnica que compõe o Comitê Gestor formado no mês passado. A proposta é que o estado repasse a essas prefeituras parte do recurso proveniente do Termo de Medidas de Reparação assinado com a mineradora Vale, no total de R$ 298 milhões, para que cada município execute as obras de contenção das cheias que causam transtornos e afetam a avenida Tereza Cristina. Os municípios ficarão responsáveis pela execução das obras das bacias no Córrego Ferrugem e o Estado cuidará da construção das habitações populares para as famílias que já foram removidas dos locais onde serão realizadas as intervenções, bem como irá garantir a continuidade de obras no Córrego Riacho das Pedras. Para Contagem serão repassados R$ 98 milhões para as intervenções das bacias nas vilas PTO e Itaú. Já Belo Horizonte receberá o montante de R$ 62 milhões e ficará responsável pelas obras de contenção da bacia Vila Esporte Clube. O governo estadual terá o restante das verbas para as desapropriações de 290 famílias que estão perto das vilas onde serão construídas as bacias”.
Marília já está articulando recursos para outras grandes obras para nossa cidade: a construção de um novo prédio para a UPA Petrolândia; a UPA antiga será transformada numa grande UBS para o bairro; construção de um novo prédio para o Iria Diniz, que funcionará provisoriamente em um novo local adequado; a Prefeitura já tem terrenos para a construção de nove novos Cemei; já são aproximadamente R$ 20 milhões de emendas parlamentares para diversas obras; o repasse aos municípios do acordo da Vale, em debate na Assembleia Legislativa, poderá garantir recursos de R$ 45 milhões para nossa cidade.

6-GERAÇÃO DE EMPREGOS: CONTAGEM CRIOU 5.637 EMPREGOS FORMAIS EM 2021: DE JANEIRO A MAIO. A geração de empregos de carteira assinada está bastante forte em Contagem. No mês de maio, foram gerados 1.705, com destaque para o setor de serviços (709), comércio (451), Construção (403), e indústria (143). No ano (de janeiro a maio) já são no acumulado 5.637 empregos de carteira assinada. Foram 1.996 empregos no setor de serviços; Indústria (1.416), construção (1.241) e comércio (964 empregos).(…) Não temos dados locais sobre a taxa de desemprego, sabemos que se a geração de empregos está positiva no setor formal, o desemprego continua muito alto, sobretudo na economia informal (trabalhadores sem carteira assinada e trabalhadores por conta própria). No primeiro trimestre do ano, a taxa de desemprego no Brasil foi recorde de 14,7%, ou 14,8 milhões de desempregados. Como Contagem tem 0,32% da população do Brasil, isto significa que temos, aproximadamente, em nosso município 47.000 trabalhadores desempregados.(…) Contagem tem uma política econômica municipal que deveria ser uma inspiração para o Brasil: o ajuste fiscal feito por Marília nos seus dois primeiros mandatos (2005 a 2012) se apoiou no corte despesas, mas sobretudo no crescimento da economia local; ajuste que, sem impor sacrifícios demasiados aos contagenses, trouxe a dívida municipal de 127% para 47% da receita corrente líquida. Hoje temos uma situação invejável: o município tem uma dívida baixa de 33% da receita corrente líquida e uma grande capacidade de investimento, que deverá alcançar R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos.

7-SEGURANÇA PÚBLICA: CONTAGEM TEM REDUÇÃO DE 42% DOS CRIMES VIOLENTOS NOS CINCO PRIMEIROS MESES DE 2021 (DE JANEIRO A MAIO). São considerados crimes violentos nas estatísticas oficiais: soma dos registros de Estupro Consumado; Estupro de Vulnerável Consumado; Estupro de Vulnerável Tentado; Estupro Tentado; Extorsão Consumado; Extorsão Tentado; Extorsão Mediante Sequestro Consumado; Homicídio Tentado; Roubo Consumado; Roubo Tentado; Sequestro e Cárcere Privado Consumado; Sequestro e Cárcere Privado Tentado e Homicídio Consumado (registros).(…) Pois bem, no ano de 2021 (de janeiro a maio), Contagem teve uma redução de 42% nos crimes violentos; em 2020 foram 2.343 e neste ano reduziu para 1.371 crimes violentos. Por tipo de crime foram as seguintes as reduções: roubos passaram de 2.096 para 1.146, homicídio consumado reduziu de 43 para 36. O grave foi o avanço dos crimes cometidos dentro de casa: o estupro consumado passou de 16 para 23; e o estupro de vulnerável consumado subiu de 37 para 61.(…) A redução da criminalidade não é fruto do crescimento econômico já que nos últimos anos o que tivemos foi recessão econômica, baixo crescimento desemprego elevado. Ela não é fruto do isolamento social, ou como canta Raul Seixas na música “O dia em que terra parou”: “E o guarda não saiu para prender / Pois sabia que o ladrão também não tava lá / E o ladrão não saiu para roubar / Pois sabia que não ia ter onde gastar”, já que o que aconteceu nos primeiros meses de 2021 já é uma tendência forte em Contagem desde 2017. (…) Veja a evolução da criminalidade em Contagem nos últimos anos: 2016 (15.055 crimes violentos); 2017 (13.793); 2018 (10.200); 2019 (6.940); 2020 (4.783), ou seja, em quatro anos tivemos uma redução de 68%. O homicídio consumado, forma mais grave de crime violento, passou de 243, em 2016, para 103, em 2020, uma redução expressiva de 58%. Como eu disse: não tenho nenhuma explicação para isso, só sei que a notícia é muito boa.

8-MARÍLIA COM A POLÍTICA DE UM “IPTU MAIS JUSTO” PODERÁ VIRAR UMA PÁGINA NA HISTÓRIA DE NOSSA CIDADE. Na última campanha eleitoral escrevi um texto, que acabei não publicando, que mostrava que a política irresponsável de Ademir Lucas faliu nossa cidade duas e vezes e que a política proposta pelo adversário de Marília, em parceria novamente com o ex-prefeito, levaria à terceira falência de nossa cidade. Veja o texto: “Contagem viveu nos últimos 30 anos uma situação pendular, em função da obsessão do ex-prefeito Ademir Lucas e seu populismo fiscal exacerbado. Ele tem inegáveis méritos na história da cidade, tais como a implantação do SUS na década de 1990, a ampliação da educação municipal e obras de infraestrutura. Mas o ex-prefeito tem um desejo mórbido de quebrar a cidade, como afirma nesta campanha: “Já acabei com o IPTU duas vezes e vou acabar pela terceira vez”.(…) Contagem há três décadas vive uma situação pendular – isenção do IPTU / falência da cidade. Ademir Lucas, o pai da isenção do IPTU, é também o pai da falência de nossa cidade. Ele acabou com o IPTU residencial na década de 1990; a cidade quebrou no período de 1993 a 1996, quando não se tinha dinheiro nem mesmo para a coleta de lixo. O MDB, com Newton e Paulo Mattos, venceu a eleição em 1996 e reimplantou o IPTU com muitas isenções. Ademir Lucas, venceu novamente a eleição em 2000, extinguiu novamente o IPTU e a cidade quebrou outra vez. Marília ganhou as eleições em 2004 e 2008 e, numa conjuntura de grande crescimento econômico e das receitas próprias, conseguiu governar sem o IPTU residencial, que só foi reimplantado novamente para residências a partir de 720 metros quadrados. No governo Alex de Freitas, o IPTU passou novamente a ser cobrado de uma forma que revoltou a população porque na campanha o candidato defendeu a isenção, registrou em Cartório a promessa e não cumpriu. Agora, novamente, o adversário de Marília, em aliança com Ademir Lucas, promete a isenção total do IPTU residencial, mas cometeu um estelionato eleitoral porque não previu esta medida no programa de governo entregue à Justiça Eleitoral; política que, se implantada, poderá falir novamente nossa cidade”.
A vitória de Marília com sua proposta do “IPTU mais justo” poderá virar uma página da história de nossa cidade: para 2021, as regras do IPTU são baseadas nos seguintes critérios: a) Mudança na base de cálculo — Era feito conforme a variação do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e seria de 24,52%. O IPTU passou a ser corrigido variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado no período de dezembro de 2019 a novembro de 2020, resultando em um ajuste de 4,31 %, para o ano de 2021; b) Desconto de 5,00% (cinco por cento) para pagamento do valor integral, que poderá ser feito até o dia 09/07/202; parcelamento em até 6 (seis) parcelas mensais sem acréscimos e sem descontos sobre o valor da guia; c) Descontos: Residencial: Isenção para os imóveis no valor venal de até 170 mil; 20% de desconto para os demais, qualquer que seja o valor do imóvel; Não residencial: Até 100 mil 50% de desconto — 35 % do universo; Acima de 100 mil — 20%; Acima de 500 — sem desconto.(…) Esta é a política provisória para 2021; para 2002 haverá uma proposta de IPTU mais justo de forma permanente.
Como uma forma de aliviar a situação de contribuintes individuais e empresas, a Prefeitura lançou o Programa Pro Contagem: a) Oportunidade para o contribuinte, pessoa física e jurídica, quitar os seus débitos de natureza tributária, vencidos até 31 de dezembro de 2020; b) Os débitos a que se refere são impostos como o IPTU; ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza); Taxa de Fiscalização dos Engenhos de Publicidade (TFEP); multas e penalidades aplicadas por descumprimento de obrigações acessórias, formalizado ou não, inscritos ou não em dívida ativa, objeto ou não de ações judiciais e vencidos até 31 de dezembro de 2020; c) Redução de 100% das multas, juros e correções para pagamento à vista ou em até 60 (sessenta) parcelas mensais: Valor mínimo das parcelas: Pessoa Física: R$ 100,00; Pessoa Jurídica: R$ 250,00; Pessoa Jurídica com situação paralisada ou baixada: R$ 200,00; d)Os pedidos de adesão ao programa deverão ser formalizados pelo contribuinte ou seu representante legal até o dia 30/09/2021, através da internet, conforme a opção de pagamento pretendida e de quais débitos pretende incluir no programa.

9-MEIO AMBIENTE: A SUSPENSÃO DA CONSTRUÇÃO DE NOVOS CONJUNTOS HABITACIONAIS NA VARGEM DAS FLORES E O INÍCIO DE REVITALIZAÇÃO DO PARQUE FERNÃO DIAS SÃO OS DESTAQUES. Marília governa com pactos e consensos, mas fez o que precisava ser feito para preservar Vargem das Flores. Veja a seguir as medidas legais que foram tomadas: a) Decreto nº 005, de 13 de janeiro de 2021 — Determina a suspensão da tramitação dos procedimentos administrativos que versem sobre parcelamento do solo, implantação de empreendimentos imobiliários e empreendimentos de impacto, na Área de Proteção Ambiental – APA Vargem das Flores; b) Decreto 095/2021, de 13 de abril de 2021 — Prorroga por mais 90 dias o disposto pelo Decreto 005/2021; OBS.: A suspensão não se aplica aos procedimentos administrativos relativos à renovação e/ou prorrogação de prazos para licenças, alvarás e autorizações já concedidos, desde que não haja alteração e/ou ampliação do ato autorizativo; emissão de Certidão de Baixa de Construção e Habite-se; emissão de Atestados de cumprimento de diretrizes, condicionantes, medidas compensatórias e mitigadoras de empreendimentos que tenham Diretrizes ou Termos de Compromisso emitidos; e atos administrativos referentes aos empreendimentos promovidos pelo Poder Público; c) Ação Civil Pública nº 5027124-89.2020.8.13.0079 — Proposta pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, esta ação recebeu liminar favorável, que ainda se encontra em vigor. Determina ao Município que se abstenha imediatamente de autorizar / aprovar a implantação de novos parcelamentos do solo e empreendimentos imobiliários na Área de Proteção Ambiental de Vargem das Flores.
Outra iniciativa promissora de Marília foi o início de obras de revitalização do Parque Fernão Dias, conforme noticiou o site da Prefeitura: “A Prefeitura de Contagem, em parceria com o Governo do Estado, deu início ao processo de revitalização deste espaço de lazer, prática de esportes e bem-estar. Estamos tirando o Parque Fernão Dias do abandono para devolvê-lo para a cidade de Contagem. Foi dado início ao processo de limpeza da área, que está fechada há mais de nove anos. Esse é o primeiro passo dado pela parceria firmada entre a Prefeitura de Contagem com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), que viabiliza a gestão compartilhada da Área de Preservação Ambiental (APA) Fernão Dias. Membros da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Secel) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF), fizeram uma visita técnica em abril deste ano no parque com o objetivo de estudar as intervenções necessárias para viabilizar a reabertura do espaço público. O parque foi interditado e fechado por volta de 2012 e desde então, o espaço foi invadido por vândalos, árvores foram cortadas, a vegetação sofreu com queimadas, as erosões surgiram e as nascentes foram afetadas. A APA Parque Fernão Dias abriga importantes remanescentes do bioma Mata Atlântica e está localizada nos municípios de Contagem e Betim. Possui área de cerca de 984 mil metros quadrados de extensão, uma das maiores áreas verdes em região urbana da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Inaugurado em 1980, o Parque contava com 23 quadras poliesportivas; dois campos de futebol; playground; pista de bicicross; minicidade; mirante; trilhas; uma lagoa e quatro cursos d´água em seu interior. Também abrigava o único velódromo de Minas Gerais”.
Marília deu um show de liderança política no caso do parque linear do Água Branca, que, no projeto original da Prefeitura, seria praticamente destruído com o corte de mais de 200 árvores nas obras de mobilidade urbana. Marília combina desenvolvimento com proteção ambiental ao suspender o corte de mais de 200 árvores no bairro.(…) Não tive condições de realizar um estudo mais completo, mas tenho visto nas mídias sociais da Prefeitura muitas outras atividades nesta importante área.

10-MANUTENÇÃO DA CIDADE. MARÍLIA ESTENDE PARA TODA A CIDADE AS AÇÕES DE MANUTENÇÃO; PROJETO, NO ENTANTO, ESTÁ CONFUSO DO PONTO DE VISTA PUBLICTÁRIO E PRECISA DE UM “NOME FANTASIA”. Recebi o seguinte texto de avaliação da manutenção: “A prefeita Marília Campos recebeu a prefeitura com somente 40% da cidade atendida com serviços de capina e limpeza devido à falta de contrato para execução desses serviços urbanos. Para enfrentar essa situação e dar vazão à demanda reprimida, a Prefeitura de Contagem reforçou as equipes de limpeza com a contratação de cerca de 100 trabalhadores via o Sistema Nacional de Empregos (Sine). Esses trabalhadores já estão atuando em mutirões de capina e limpeza urbana. Neste momento ocorre uma ação do tipo (mutirão da limpeza urbana) em diversas regionais. Os trabalhadores capinam e varrem as ruas, avenidas, becos, beira dos córregos, áreas de escolas e unidades básicas de saúde. A força-tarefa fica na região por mais 10 dias e conta com sete equipes fazendo parte dessa intervenção, com cerca de 100 profissionais atuando simultaneamente (o prazo para a execução dos serviços pode encurtar, dependendo da evolução das atividades). Uma vez concluída a ação em uma região, a ação segue para outra região. A regional Sede e a regional Eldorado não receberão mutirões porque possuem serviços contínuos de limpeza urbana. A expectativa é que todos os bairros das seis regionais sejam atendidos com serviços de capina, roçada, limpeza e varrição até o final de julho. A proposta é ampliar esse trabalho nos próximos anos e atender mais de uma regional ao mesmo tempo com mutirões, em cronograma a ser elaborado”. (…) Recentemente, a Prefeitura divulgou um banner sobre “Mutirões de Limpeza”, com o seguinte cronograma: janeiro (Vargem das Flores); março (Industrial); abril (Nacional); junho (Ressaca); Julho (Riacho); agosto (Petrolândia).
Esta “faxina” poderá se converter numa das principais “políticas de governo” nos próximos anos, e, provavelmente, já está repercutindo fortemente na enorme aprovação popular da Marília. Veja só: a) esta faxina em toda a cidade mostra o cuidado de Marília com a nossa cidade e com a população, e já temos visto, pessoalmente ou nas redes sociais, depoimentos de elogio porque pela primeira vez, em muitos anos, “minha rua está sendo limpa”; b) a faxina do ponto de vista publicitário está fragmentada, um exemplo disso é o banner que o mostra o mutirão em seis regiões e num parágrafo perdido no meio do texto está escrito: “A regional Sede e a regional Eldorado não receberão mutirões porque possuem serviços contínuos de limpeza urbana”; nisto tem dois problemas: “discrimina” as duas regiões na publicidade; e “discrimina” as demais regiões porque fica parecendo que mutirão é algo ocasional e não um “serviço contínuo de limpeza urbana”; c) o governo Marília precisa definir um “nome fantasia” para a faxina na cidade de simples compreensão (Margarida Salomão, em Juiz de Fora, deu o nome de “Operação Belezura”; d) o “programa” ou “operação” precisa reunir os diversos tipos de ações (mutirões ou ações específicas) e todas as formas de “faxina”: capina, varrição, limpeza boca de lobo, operação tapa buraco, etc.

11-EDUCAÇÃO: DESTAQUES SÃO O ENORME ESFORÇO PARA GARANTIR AS AULAS VIRTUAIS E A VOLTA SEGURA ÀS AULAS PRESENCIAIS. A Rede Municipal de Ensino de Contagem alcança cerca de 59.430 estudantes matriculados, distribuídos em 2.603 turmas, nos três turnos de funcionamento e em 124 unidades de ensino, distribuídas pelas (oito) Administrações Regionais. É formada pela Educação Infantil, o Ensino Fundamental, e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A Rede Municipal de Contagem conta ainda com uma rede parceira de 24 unidades de Educação Infantil (creches ou pré escolas) conveniadas com o Município, com um total de 3.323 crianças de 0 a 5 anos matriculadas. Também inclui o Ensino Médio e os cursos técnicos profissionalizantes que são ofertados, gratuitamente, pela Funec, mantida pela prefeitura, com 10 unidades de ensino e um total de 3 100 matrículas no Ensino Médio e Técnico.(…) Déficit de educadores: Em dezembro de 2020, a SEDUC contava com 3.591 servidores efetivos ativos. O Plano de Atendimento de 2021 dimensionou a força de trabalho necessária em, aproximadamente 6 mil cargos: 3.537 efetivos; 537 flexibilização; 1.476 contratos; 456 prorrogação; totalizando 5.951 cargos. A convocação dos aprovados nos PSS 004/2020 e PSS 01/2021 está na fase final. Ainda faltam de alguns professores, principalmente PEB 1 em Nova Contagem, já que muitos se recusam a ser lotados lá.
Cabe destacar o esforço do governo Marília Campos para manter a educação em funcionamento no período da pandemia. As aulas presenciais foram proibidas em Contagem desde 18 de março de 2020. Foram adotadas formas de ensino remoto na rede municipal com o uso de plataformas digitais, aplicativos de mensagens e material didático fornecido pela escola para os estudantes sem acesso à internet. Este ano, as atividades letivas foram retomadas no dia 1º de março de 2021, em modo não presencial. Uma das diretrizes foi destinar o período de 8 a 26 de fevereiro para gestores, diretores, pedagogos e professores, em regime de teletrabalho, realizarem o planejamento das atividades pedagógicas do ano letivo. A Seduc ofereceu diversos cursos de formação tecnológica aos professores da Rede e da Funec, e elaborou o “Trilha do Saber”, documento orientador para o planejamento de atividades remotas. A estimativa é que, desde o início deste ano, a Prefeitura tenha realizado investimentos da ordem de R$ 12 milhões para ampliar as oportunidades do ensino remoto para os estudantes da Rede Municipal de Ensino – o que inclui, além da capacitação dos educadores; ampliação do sinal de internet; fornecimento de computadores às escolas e aos professores; além de chips de celulares, com pacotes de dados, aos docentes.
Cabe destacar, ainda: manutenção do vale merenda; vacinação; kit escolar: a) O Vale-Merenda é um benefício concedido pela Prefeitura de Contagem para famílias em situação de vulnerabilidade social, afetadas com a suspensão das aulas presenciais em razão da pandemia do novo Coronavírus. A iniciativa faz parte da política de segurança alimentar do município. O valor do benefício é de R$ 50,00 por estudante, limitado a dois benefícios por família, o equivalente a R$100,00. São atendidos: 54 mil 828 estudantes ou 37 mil 572 famílias e Investimento de R$ 16,2 milhões até o momento; b) Vacinação: Início em 31 de maio com o pessoal da Educação Infantil das redes pública e privada do município: Ensino Fundamental: 7/6, Ensino Médio e Técnico: 8/6, Ensino Superior e Educação de Jovens de Adultos (EJA): 9/6; a vacinação dos trabalhadores da educação pode ser considerada concluída no município, com a primeira dose; Outras licitações em andamento: Kit escolar; Chip com pacote de dados.
Finalmente cabe destacar as condições para um retorno mais seguro das aulas presenciais em Contagem. Decreto da Prefeitura prevê procedimentos sanitários de biossegurança para o retorno presencial de todas as instituições de ensino; e apresenta diversas diretrizes que vão desde orientações sobre pessoas no grupo de risco quanto para uso de álcool gel, máscaras, face shields, higienização até cuidados com o ambiente, salas de aula, refeitórios, espaços coletivos, sanitários, salas de aula, biblioteca, equipamentos e transporte escolar, entre outros.

12-PESQUISA INDICA QUE AS PRIORIDADES DA POPULAÇÃO SÃO: SAÚDE E INFRAESTRURA URBANA (ALFALTO/PAVIMENTAÇÃO DE RUAS; REDE DE ESGOTOS E LIMPEZA URBANA). Uma pesquisa que está circulando nos meios políticos de Contagem indica que a população estabelece duas prioridades de forma clara: saúde e infraestrutura urbana. Isto tanto em relação às principais necessidades da cidade: saúde (43%) e infraestrutura (21%; quanto dos bairros onde tem-se uma inversão: infraestrutura urbana (30%) e saúde (26%). Na cidade, as prioridades seguintes são: segurança; mobilidade urbana; geração de renda; educação; administração pública; esporte lazer e cultura; já nos bairros, as prioridades seguintes são: segurança; geração de renda; educação; mobilidade urbana; assitência social; esporte, lazer e cultura; adminsitração pública.(…) Na minha opinião, Marília deveria, para ir ao encontro das expectativas da população, fixar como prioridades suas também a melhoria da saúde e da infraestrutura urbana. Mas isto não deveria desconderar outras áreas que a população considera menos urgentes. Marília fez nos seus dois primeiros mandatos, de 2005 a 2012, um governo com grande capilaridade em termos de realizações; hoje este tipo de governo pode ser repetido e até melhorado porque a situação financeira da Prefeitura é melhor do que antes. Se consideramos as prioridades da população como uma “compra” de necessidades mais urgentes, Marília deveria então retribuir com mais saúde e infraestrutra urbana, mas deveria “presentear” a população com um programa arrojado de cultura, lazer e esportes, com grandes iniciativas na educação; na democratização da cidade, etc.
Na saúde já tem muita coisa em andamento: vacinação; retomada da gestão da assistência hospitalar e de urgência, que precisa da definição da nova forma de gestão; duas UPAS já estão em construção (Nacional e Industrial) e são grandes os desafios para concluir as obras e colocá-las em funcionamento; uma nova UPA está sendo articulada (Petrolândia); a construção da nova sede do Iria Diniz; contratação de médicos para as UBS. São enormes os desafios no pós pandemia: enfrentar o atraso nas consultas especializadas e cirurgias eletivas; manter as campanha de vacinação, inclusive contra covid-19, que deverá ter periodicidade anual; construção de um equipamento de saúde mental 24 horas, algo como um pequeno hospital psiquiátrico; articulação para a ampliação dos hospitais conveniados com o SUS Contagem (seria importante que o Santa Helena fosse gerido pelo setor privado e vinculado ao SUS); implantação de novos equipamentos da rede privada para atendimento à pessoas com planos de saúde.
Na educação, a grande demanda em termos quantitativos é de escolas infantis, os nossos Cemeis. Neste caso já temos avanços com a inauguração do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Vila São Paulo; estão em obras os Cemeis Colonial, da Sede, e Arvoredo, na região da Ressaca; Previsão de construção de mais 8 unidades de educação infantil: Cabral – Ressaca, Solar do Madeira – Petrolândia, Carajás/Pedra Azul – Nacional, Granja Ouro Branco – Sede, Industrial – Industrial, Bairro Cinco – Eldorado, Vargem das Flores, Novo Riacho – Riacho.(…) Na qualidade do ensino, os desafios são enormes: os desafios que já tínhamos antes da pandemia e, principalmente, os do pós-pandemia, como os atrasos no aprendizado, que serão captados com certeza nas próximas pesquisas de educação, que exigirão todo um trabalho de reforço escolar.
Na infraestrutura urbana as coisas já estão bastante avançadas, pois é aí que estão concentrados grande parte do programa de investimentos de 500 milhões em andamento mais 200 milhões para obras de drenagem e moradia no córrego do Ferrugem. Mas novos recursos podem e devem ser alocados, sejam do Tesouro ou de novos empréstimos, para obras de renovação da malha asfáltica, urbanização de ruas e de vilas e favelas; novas obras de saneamento devem ser articuladas junto à Copasa e avanços na habitação popular vão depender de iniciativa, agora ou futuras, em um novo governo federal.
Nas áreas de cultura, esporte e lazer, Marília deve enfrentar a demagogia populista da “Marília das praças” e deve preparar um programa arrojado de retorno da população aos espaços públicos e culturais da cidade. Vejo que muitas coisas já estão encaminhadas: projetos de reforma das principais praças; contrato específico de manutenção destes espaços públicos; e é inadiável que, além da capina das praças, seja retomada de imediato o funcionamento das fontes e cascatas, construídas por Marília, e que desativadas expõem perigos de dengue com agua parada e deixam Contagem decadente. Temos, ainda, Luzes de Natal; reforma de equipamentos culturais importantes da cidade; projetos de revitalização de todo o centro histórico; equipamentos de lazer como o Boulevard Portugal. Defendo que uma das principais “políticas de governo” deveria ser a municipalização do Parque Fernão Dias, porque o Estado não tem recursos, imagino entre R$ 30 e R$ 40 milhões, para fazer sozinho as obras enormes de recuperação deste fantástico parque urbano. Pode ser a manutenção do parque estadual com gestão da Prefeitura ou a municipalização total daquele espaço. Qualquer que seja a proposta é preciso se garantir um formato jurídico que garanta ao Parque investimentos de diversas fontes: Prefeitura, Estado, União, emendas parlamentares.
Por fim, acho que o governo Marília deve realizar um enorme esforço de valorização dos servidores municipais. Primeiro, é preciso politizar este debate. A valorização dos servidores não é uma disputa similar a empresa privada, onde trabalhadores se organizam para “arrancar dos patrões” parte dos lucros que eles obtêm. Prefeito, prefeita no nosso caso, não é “patrão” como no setor privado; a Prefeitura não é uma entidade lucrativa, sua receita depende de um projeto de desenvolvimento para o Brasil, Minas e Contagem. Temos uma situação promissora porque a situação financeira da Prefeitura é boa e os servidores não pagarão a conta do ajuste fiscal, como nos últimos anos. Mas a valorização não pode ser feita de uma vez só, é um processo ao longo do mandato Marília. Algumas sugestões: a) é preciso garantir o básico para todos, independente do setor onde trabalham: a reposição das perdas salariais inicialmente aquelas de 2021, em função da legislação que impede reajuste salariais; em maio de 2022 se poderia pagar as perdas de janeiro de 2021 a abril de 2022; b) compromisso de que neste mandato Marília vai, como fez em 2005 a 2012, repassar os ganhos de receita para os servidores; não se pode fazer aumento sem aumento também das receitas; c) defendo que não se deve flexibilizar reajustes neste ano porque não existe amparo legal para isso.
13-CONTAGEM PODERÁ TER NO FINAL DE 2021, QUEM SABE, OU EM 2002, UMA ONDA AGLOMERATIVA ÉPICA NAS RUAS DA CIDADE. Desde que Marília ganhou a Prefeitura e governou de 2005 a 2012, a oposição cunhou-lhe o apelido de “Marília das praças”, devido ao grande investimento em praças e parques. Contagem viveu, naquele período, um processo de frequentação das praças públicas inédito em grandes cidades brasileiras, à exceção de cidades do litoral com suas praias. Tudo que se fazia em Contagem fazia sucesso: serestas; shows musicais e todas as atividades culturais enchiam as praças; sendo o maior destaque o Luzes de Natal, que levou às praças de nossa cidade, em 2012, a impressionante quantidade de 400 mil pessoas, segundo dados que apuramos em pesquisa. A pandemia, de forma impressionante, revalorizou, como nunca, a política de ocupação dos espaços públicos, uma marca histórica de nossa prefeita. Falar de “Marília das praças” é um “tiro nos pés”; uma das coisas que a população mais deseja, arrisco a dizer que todos os segmentos sociais, é voltar às locais de aglomeração para: conversar, abraçar, beijar, dançar, cantar, sorrir, beber, comer um tira-gosto. Temos um grande encontro marcado nas praças e parques de Contagem, quem sabe já no Natal deste ano; para isso será fundamental um esforço articulado de diversas secretarias, em especial de Meio Ambiente, Cultura, Esportes, Comunicação. A pandemia não vai mudar o mundo, mas é possível que, controlada a covid-19, tenhamos uma épica aglomeração e a derrota de governos negacionistas de extrema-direita.
Durante um certo período acreditei que a pandemia mudaria o mundo, até ler um artigo de José Luís Fiori. Foi um verdadeiro “balde-de-água fria”. Fiori explicou porque as “pestes” não geram mudanças sociais ao falar da comparação de uma epidemia a uma guerra: “Acho que é uma comparação muito forte e que pode ser útil para mobilizar as populações e os atores sociais e econômicos mais importantes para o combate à doença. Mas, ao contrário das guerras, as epidemias não costumam destruir cidades, infraestruturas, equipamentos físicos, fábricas ou qualquer outra atividade econômica. Por outro lado, as guerras envolvem pelo menos dois atores ou Estados que se consideram inimigos e que têm uma materialidade e uma identidade emocional que provoca uma imediata solidariedade nacional por cima das próprias classes sociais. Já as epidemias contagiosas, como a que estamos vivendo, não têm uma materialidade clara e afetam as classes sociais de um mesmo país de forma inteiramente diferente, provocando uma reação defensiva de tipo “egoísta”, por parte dos Estados, das classes e dos indivíduos, sendo muito comum a estigmatizarão das grupos sociais mais vulneráveis ou contagiadas. Por fim, e essa é uma diferença fundamental, nas guerras sempre existem os vencedores e os perdedores, e cabe ao vencedor impor as regras de sua “paz hegemônica”, que devem ser acatadas necessariamente pelos derrotados. No caso das grandes pandemias, como a que estamos enfrentando, não há vitoriosos e perdedores nítidos, e não há nenhuma força material que imponha qualquer tipo de acordo em torno do que poderia ser um eventual plano de reconstrução coletivo. Ou seja, as guerras são muito mais destrutivas, mas as saídas das pandemias são muito menos solidárias”(Carta Maior, 14/04/2020). Como se vê, o artigo de Fiori é do início da pandemia, o que me fez perder cedo as ilusões no caráter regenerativo da pandemia.
Mas a pandemia pode sim ter efeitos, senão redentores e revolucionários para a sociedade, muito importantes na vida das famílias e da sociedades. Acho que vai haver tão logo a pandemia seja amplamente controlada (quero vacina para todos e todas já!), quem sabe já em final de 2021 (Natal e Ano Novo) ou no início de 2022 (carnaval), uma onda apoteótica de aglomeração das famílias e das pessoas de um modo geral. Depois de tanta tristeza, da “crise de abstinência” de tantas coisas legais, poderá explodir os encontros familiares, os encontros entre amigos, os encontros sociais nas festas familiares, no carnaval, nos shows musicais, no futebol e outros esportes, nas praias, nos botecos, enfim em todos os eventos que envolvam as famílias e as multidões. Contagem poderá ter uma participação marcante nesta onda aglomerativa, sob a liderança da Marília, que já mostrou capacidade de fazer uma cidade para multidões nos seus dois mandatos de 2005 a 2012, com ocupação massiva das praças e outros espaços públicos.(…) A pandemia vai influenciar e já está influenciando politicamente na derrota da extrema direita negacionista no planeta. Nos Estados Unidos, Trump teria ganho as eleições antes da pandemia, mas a condução desastrosa levou ao que o povo dos Estados lhe negasse um segundo mandato. E isto poderá ocorrer também aqui no Brasil, especialmente com Lula tendo recuperado os direitos políticos e sendo um fortíssimo candidato em 2022. É muito provável que a onda aglomerativa a que me referi se dê também na campanha presidencial, numa campanha de massas semelhante, e até mais forte, a que tivemos em 1989 e 2002.
CAPÍTULO III-O REPOSICIONAMENTO DE MARÍLIA COM A VOLTA ÉPICA DE LULA AO CENÁRIO POLÍTICO E O FORTALECIMENTO DO PT E DA ESQUERDA

1-A VOLTA ÉPICA DE LULA AO CENÁRIO POLÍTICO; O BRASIL FELIZ DE NOVO. O ressurgimento de Lula e do PT no cenário político brasileiro foi uma surpresa para o próprio Lula, que não esperava que o Supremo Tribunal Federal lhe desse, ainda que tardiamente, tantas vitórias, uma reparação das injustiças que sofreu, com sua exclusão das eleição de 2018 e sua prisão em Curitiba. Lula é inocente: teve suas duas condenações anuladas; o juiz Sérgio Moro foi considerado parcial, o que anulou as provas de seus julgamentos; e em decisão de Gilmar Mendes a parcialidade de Moro foi estendida a todos os processos contra Lula. Com isso, Lula fez um “retorno épico” ao cenário político, agora com uma pessoa inocente e com os seus direitos políticos, inclusive para a candidatura presencial, resgatados.(…) 2016 foi um único catastrófico para o PT e a esquerda: aconteceu o golpe contra Dilma e o PT foi simplesmente esmagado nas eleições municipais; perdeu quase todas as grandes cidades que governava. Muitas pessoas de direita e até mesmo de esquerda previram o fim do PT, já que consideravam que o “antipetismo” não seria mais superado no Brasil. Mas rapidamente, o PT mostrou que estava vivo: Fernando Haddad foi para o segundo turno e conseguiu 47 milhões de votos, fazendo do PT a principal força de oposição à Bolsonaro; o PT elegeu a maior bancada da Câmara dos Deputados e governadores de quatro estados do Nordeste (Bahia, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte).(…) Nas eleições municipais de 2020, já com Lula livre, mas impedido de participar das campanhas de rua em função da pandemia, o PT teve novamente um resultado muito fraco nas eleições municipais, com vitória em apenas quatro das cidades do G-94, grupo de cidades com mais de 200 mil eleitores: Contagem, Juiz de Fora, Diadema e Mauá. Mas uma vez muitos afirmaram que Lula e o PT tinham acabado e que o antipetismo era irreversível. Não é bem assim. Os resultados do PT foram fracos pelo seguinte: com a pandemia, os prefeitos tiveram uma forte elevação da aprovação popular e as eleições de 2020 foram eleições de continuidade e não de mudança. Como o PT tinha poucas prefeituras, especialmente nas grandes cidades, o partido não tinha como se sair vitorioso de uma “onda de continuidade”, já que eram candidaturas de oposição na maioria das cidades. Veja só: nas cidades médias que o PT governava, os prefeitos foram reeleitos: Teófilo Otoni, Araraquara, Maricá, São Leopoldo e Lauro de Freitas.

2-LULA É UM CANDIDATO FORTÍSSIMO PORQUE O POVO QUER MUDANÇA E DESEJA UMA POLÍTICA ECONÔMICA DE ESQUERDA. Lula é favorito na disputa de 2022 não é somente porque é uma liderança de impressionante capacidade de comunicação e porque tem um legado de enormes realizações quando esteve no governo. É favorito porque a população quer mudança e deseja uma política econômica de esquerda. A pesquisa XP/IPESPE mostrou resultados “redondinhos” neste sentido. Primeira pergunta expressou o enorme sentimento de mudança na sociedade. Perguntada qual o “desejo para próxima eleição”, a população respondeu: 50%, que mude totalmente a forma como o Brasil está sendo governado; 31%, que mude um pouco a forma como o Brasil está sendo administrado, dando continuidade a algumas coisas e mudando outras; 17%, que dê continuidade a forma atual como o Brasil está sendo administrado; 3%, não sabe / não respondeu. A segunda pergunta foi sobre que política econômica deve ser adotada pelo governo. Perguntada qual a “melhor maneira para recuperar a economia depois do Coronavírus”, a população respondeu: 65%, mudar a política econômica com mais investimentos do governo para o Brasil voltar a crescer; 25%, manter a política econômica atual com as reformas, e maior participação das empresas privadas para retomar o crescimento; 10%, não sabe / não respondeu. (…) E os números das pesquisas, agora feitas de forma presencial, são impressionantes, como no caso do Datafolha e do IPEC (ex-IBOPE), que deram amplíssima liderança para Lula, com possibilidade, inclusive, de vitória no primeiro turno. Veja os números do IPEC, de 12 e 13 de junho: Lula (49%); Jair Bolsonaro (23%); Ciro Gomes (7%); João Dória (5%); Luiz Henrique Mandetta (3%); branco e nulo (10%) e não sabe / não respondeu (3%). No critério dos votos válidos (sem brancos e nulos), Lula têm impressionantes 59% dos votos válidos. No chamado “potencial e rejeição de voto”, Lula está também disparado: 61% “votaria com certeza” e “poderia votar” e 36% “não votaria de jeito nenhum”; Já os números de Bolsonaro são muito menores: 33% “votaria com certeza” ou “poderia votar” e 62% “não votaria de jeito nenhum”. (…) Na estratificação do voto, Lula apresenta ótimos resultados: por sexo; idade; escolaridade; porte dos municípios em número de habitantes; renda familiar; religião, inclusive entre os evangélicos (41% a 32%); raça/cor; e ganha em todas as regiões, com destaque para o Nordeste (63% a 15%) e Sudeste (47% a 24%).

3-É PRECISO EVITAR O “SALTO ALTO” E SE PREPARAR PARA UMA DISPUTA MAIS APERTADA EM 2022. Em uma longa matéria no UOL, antes do agravamento da crise do governo Bolsonaro com a compra de vacina, o PT alertou para uma disputa apertada em 2022: “Integrantes da cúpula do PT avaliam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve reduzir sua rejeição e recuperar parte de sua popularidade até o início do ano eleitoral. Para aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a disputa nas urnas em 2022 deve ser mais acirrada do que mostram as pesquisas eleitorais e os levantamentos internos feitos pelo partido. Estão no radar dos petistas variações na popularidade de Bolsonaro como consequência de dois indicadores principais: o crescimento da economia após os resultados negativos do ano passado e o aumento esperado da vacinação contra a Covid-19 até o fim deste ano. “Bolsonaro não está tão fraco assim. Ele tem uma resiliência na base e ainda pode agregar mais um pouco. Se a economia melhora, a tendência é ele melhorar também. Mas não acho que seja suficiente”, afirma a presidente do PT, Gleisi Hoffmann”(UOL, 17/06/2021).(…) Com a agravamento da crise do governo Bolsonaro, alguns segmentos políticos (Ciro e candidatos de centro direita) passaram a defender a tese de que Bolsonaro poderá encolher politicamente ainda mais para 10% a 15%, que é o seu núcleo duro mais ideológico; além disso, segundo informações que correm nos meios políticos, segmentos das elites avaliam o apoio ao impeachment de Bolsonaro, colocar o general Mourão no seu lugar, para que o novo presidente faça um “governo de transição” para um governo direita, com uma candidatura com este perfil que venceria Lula.(…) Seja qual for a polarização em 2022, ela favorece a candidatura de Lula: se for contra Bolsonaro haverá, provavelmente, um enorme sentimento de mudança; se for contra a centro direita as chances são boas também porque Lula tem apoio popular, tem legado enorme de realizações e defende um programa de mudanças, com destaque para a política econômica; já a centro direita é continuidade da política econômica.(…) Seja qual for o quadro político de 2022, é preciso que a esquerda se prepare para uma disputa dura, vamos vencer mas não será “um passeio”. Para isso será necessário uma enorme politização da sociedade brasileira, é preciso tirar Bolsonaro da “zona de conforto” e disputa legado de realizações e programa de mudanças para o Brasil.(…) Em 2022 não tem espaço para “neutralidade” na disputa presidencial. Na minha opinião a prefeita Marília deve também se inserir no debate sobre os rumos do Brasil. Não cabe a ela, como prefeita, assumir uma oposição frontal ao presidente, esta é uma tarefa mais precisamente dos partidos e dos parlamentares; governo não faz oposição a governo. Mas de forma positiva, como fez inclusive como deputada, a petista pode e deve se vincular ao projeto que Lula e o PT defendem para o Brasil, como tem feito nos perfis pessoais, especialmente no Facebook, noticiando as vitórias de Lula na Justiça, as pesquisas de intenção de voto e outros posicionamentos de lideranças de esquerda.
4-PRECISAMOS DIVULGAR O LEGADO DE REALIZAÇÕES DE LULA, POIS “QUEM JÁ FEZ PODERÁ FAZER MUITO MAIS”. Existem muitas publicações que trazem o legado dos governos Lula. Não se trata de fixar num saudosismo do passado, mas é evidente que para Lula, como para qualquer político, seu legado de realizações é uma referências da sua força política e é isso que dá vida ao programa de governo para o futuro, pois “quem fez poderá fazer muito mais”. Eu mesmo tenho dois livros e uma cartilha. Na cartilha “Os avanços e conquistas do povo brasileiro nos governos de esquerda (2003 a 2015)” fiz uma síntese dos governos Lula: “O Brasil com Lula teve crescimento econômico com redução da vulnerabilidade externa da economia; distribuição de renda; controle da inflação; desendividamento e democracia. Nos governos do PT e partidos aliados, o crescimento da economia teve um conteúdo que marcará a história brasileira. Diversos impasses históricos, que minaram o crescimento da economia no passado, foram enfrentados de forma séria. Primeiro: o Brasil cresceu com uma forte redução da vulnerabilidade externa, que no passado quebrou o nosso país diversas vezes, com a constituição de um volume de reservas internacionais de US$ 369 bilhões. Segundo: o Brasil cresceu distribuindo renda, colocando um fim na tese de que “o bolo tem que crescer primeiro para ser distribuído”, com a retirada de 33 milhões de brasileiros da pobreza e incorporação de 40 milhões de brasileiros à chamada “nova classe média”. Terceiro: o Brasil cresceu com o controle da inflação, não voltou a hiperinflação como previram a mídia e a direita, sendo que os índices médios de inflação de 6,28% ao ano, ainda que precisam ser reduzidos, são os menores dos últimos 73 anos na série histórica divulgada pelo IPEA. Quarto: o Brasil cresceu nos governos do PT e partidos aliados com um processo histórico de forte desendividamento, sendo que a dívida total líquida (dívida bruta menos os ativos do governo) recuou de 60% para 36% do PIB. Quinto: não se pode esquecer que o Brasil cresceu aprofundando a sua democracia, ao contrário do passado onde crescemos muito mas com regimes ditatoriais e autoritários”.

5-PRECISAMOS TIRAR BOLSONARO DA “ZONA DE CONFORTO”; POLITIZAR A POPULAÇÃO E NÃO REDUZIR A ELEIÇÃO AOS “MEMES” E PROVOCAÇÕES DESPOLITIZADAS. Existe quase que um desespero dos segmentos democráticos e progressistas da sociedade brasileira: ninguém consegue pensar em outra coisa senão em derrotar Bolsonaro e encerrar o tempo das trevas que vivemos no Brasil. Para isso, além de estabelecer uma frente ampla, sobretudo nos segundo turno, precisamos politizar a população e retirar Bolsonaro da “zona de conforto”, que são disputas reduzidas a “memes” e provocações. O governador Rui Costa da Bahia indica corretamente que o terreno de enfrentamento de Bolsonaro é o da politização: “A melhor forma de derrotar Bolsonaro é levar o debate para conteúdo. Como ele não tem proposta, é um vazio completo, isso ficará claro para o eleitor. Não podemos permitir que a polarização tome conta. Foi isso que Bolsonaro fez até agora com aquele cercadinho em Brasília: pautou a mídia e a sociedade com os temas que ele queria, inclusive a esquerda, apostando naquela filosofia do falem mal mas falem de mim”.(…) É preciso que as lideranças políticas e intelectuais do PT estudem o “Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil”. É preciso que o PT aposte em uma politização de sua militância e de sua base social. O PT nacional tem feito um esforço programático interessante, pelo menos dois grandes documentos foram elaborados nos últimos meses: um programa de emprego e um programa mais amplo para o Brasil. Mas são documentos praticamente “clandestinos”, quase ninguém os conhece. Nossas principais lideranças dialogam sempre com as “bolhas” de esquerda, e quase não tratam de grandes debates programáticos. Portanto, a ideologia do partido deve ser traduzida em um projeto nacional baseado em quatro eixos: defesa da democracia, igualdade social, soberania nacional e direitos humanos. Não tem jeito: ou vamos estudar o programa do PT – base para a disputa presidencial de 2022 -, traduzindo-o em resumos e banners mais publicitários, ou vamos continuar com o vexame, como temos feito atualmente, de enfrentar a extrema direita com os “memes” e as provocações despolitizadas.

6-PAULO NOGUEIRA BATISTA JR: “LULA PRECISA DE UMA CAMPANHA CENTRISTA E DE UM GOVERNO OUSADO”. Lula tem um enorme desafio. Precisa ampliar para o centro para vencer, mas precisa fazer um governo de mudanças pela esquerda para não decepcionar sua base social. Paulo Nogueira Batista Jr, em excelente artigo, trata desta questão: “Dizer que a campanha de 2022 terá de ser ampla e centrista é simples homenagem ao Conselheiro Acácio. O desafio é impedir que ela contamine e paralise o governo, que os acertos e as combinações feitos na disputa eleitoral imobilizem a futura administração. Mutatis mutandis, é fazer o que Biden fez – campanha centrista, mas governo ousado e inovador. O governo Lula, leitor, terá de entrar rachando. Não pode chegar lá tateando, tentando cautelosamente descobrir e aplicar o que a Faria Lima aceita, o que Wall Street aprova, o que a mídia corporativa elogia e apoia. Novamente, o exemplo de Biden é instrutivo. Já nos primeiros 100 dias, o novo governo americano mostrou a que vinha. Não ficou buscando consensos e tentando identificar o que os adversários republicanos, os bilionários e os financistas de Wall Street consideram palatável. O capital político de um governo eleito é sempre maior no primeiro ano – há que saber aproveitá-lo, com inteligência, discernimento e coragem. Em outras palavras, nada de reeditar o começo pífio do primeiro governo Lula, de 2003 a 2005, com Palocci na Fazenda e Meirelles no Banco Central. Nem o começo pífio, para dar outro exemplo, do segundo governo Dilma, com Levy na Fazenda, em 2015. A ânsia de aplacar o mercado financeiro, até certo ponto compreensível, teve custo elevado. A economia sofreu, os governos petistas desperdiçaram capital político e – aí vem o pior – a moderação sequer foi recompensada pela turma da bufunfa e seus tentáculos políticos, jurídicos e midiáticos. Lula quase foi derrubado em 2005 na crise do “mensalão” e acabou perdendo José Dirceu, o seu principal articulador político. E o destino de Dilma foi apressado pela desastrada política econômica seguida em 2015 por seu ministro da Fazenda, egresso do mercado financeiro e intensamente celebrado por ele. Levy foi uma espécie de Cavalo de Tróia. Lição fundamental: não deixar o adversário escalar o time. De pouco serve ganhar a eleição para depois entregar o governo”.

7-ROMEU ZEMA TEM SIDO UM ALIADO DO “NEGACIONISMO” BOLSONARISTA; FOI ELEITO NA “ONDA ANTI-PT” E PODERÁ SER ATROPELADO PELA “ONDA ANTI-BOLSONARISTA”. Para entender a aliança de Romeu Zema com o “negacionismo” de Bolsonaro é preciso compreender seu projeto de Estado e de sociedade. O governador defende um privatismo igual ou até mais radical do que o de Paulo Guedes. No seu programa de governo, ele defende o Estado mínimo e a privatização de tudo, inclusive da saúde e da educação: “Acreditamos que a garantia da liberdade é a única e verdadeira função do estado, e que, por isso, ele deve ser mínimo, pois o indivíduo deve ser dono de si”. Eu fiz um estudo sobre as privatizações de Romeu Zema; utilizei o alfabeto para enumerá-las; deu alfabeto completo: de A a Z. O governador não é anti-ciência como Bolsonaro: defende o uso das máscaras, do álcool em gel e a vacinação. Mas, como um ultraliberal, Romeu Zema defende que “a garantia da liberdade é a única e verdadeira função do estado”.(…) Romeu Zema, então, “privatizou” o vírus. Veja a íntegra do raciocínio do governador quando ele afirmou que o vírus tinha que “viajar”: “São medidas que o prefeito resolveu adotar, e nós temos observado que em muitas regiões, em muitas cidades, os casos existentes, ou até a ausência de casos, não justifica o fechamento total do comércio, até porque nessa crise nós precisamos que o vírus viaje um pouco. Se nós impedirmos ele totalmente, ele acaba deixando algumas regiões sem estar infectadas, e amanhã nós vamos ter uma onda gigantesca nessa região. Então, o ideal é que ele se propague, mas devagar, e a ausência total de propagação é ruim”.(UOL, 01/04/2020). Ao invés de o poder público atuar para ampliar o isolamento social com restrições ao funcionamento das atividades econômicas para prevenir a doença, para Romeu Zema o Estado deveria garantir a “propagação controlada do vírus”; é a chamada “imunidade de rebanho”, onde o vírus deveria infectar a maioria da população e quem sobrevivesse “estaria imunizado”. Inacreditável e desumano! (…) Mesmo quando a pandemia avançou em Minas, já com 15.000 mortos no início de janeiro de 2021, parlamentares do Partido Novo ainda se juntavam ao bolsonarismo em protestos contra as restrições ao isolamento social e ao fechamento de atividades não essenciais em Belo Horizonte, como aconteceu, no dia 11/01, na porta da Prefeitura de Belo Horizonte.(…) Com o avanço avassalador da pandemia em Minas Gerais, o governador, a contragosto, teve que contrariar a sua ideologia ultraliberal, e criar a “Onda roxa” de aplicação compulsória em toda Minas Gerais, com fechamento de todas as atividades não essenciais no Estado. Na entrevista em que anunciou o “fechamento de Minas” era visível o nervosismo e desconforto do governador, que, de forma agressiva, chamou de “criminosas” as pessoas que se aglomeram. E o governo do Estado e os “novistas”, visivelmente, demonstraram um enorme desconforto com o fechamento de Minas e mostraram ansiedade enorme em se livrar da “Onda roxa”, até porque a sustentação de fechamentos por prazos mais longos implica em reabrir o “orçamento de guerra” no Brasil, para aumentar o auxílio emergencial e o apoio às empresas, política que o Partido Novo é radicalmente contrário.(…) Tudo indica que a candidatura de Romeu Zema terá como eixos mostrar os “avanços” no Estado de Minas Gerais: uma melhoria nas datas de pagamento dos servidores; os repasses feitos para os municípios referentes a impostos retidos no governo Fernando Pimentel; a campanha de vacinação; os investimentos prometidos no Estado, em particular com o acordo da Vale de R$ 27 bilhões. Será isto o suficiente para reeleger Romeu Zema? Minas está bem no ranking da vacinação, mas a segunda onda fez uma devastação de mortes no Estado, ocupando o Estado a terceira colocação nacional (45.961 no final e junho) e o Estado subiu 10 posições na taxa de mortalidade por 1 milhão de habitantes da 26ª para 16ª posição no ranking nacional dos Estados; um resultado deste não tem como colocar Zema com uma boa gestão da pandemia. Já os investimentos do acordo da Vale são expressivos, mas são promessas futuras que só serão entregues depois de muitos anos. Romeu Zema foi eleito na “onda anti-PT” e em aliança com o bolsonarismo, corre um sério risco agora, ao se manter vinculado ao presidente ao que tudo indica de forma envergonhada, de ser atropelado pela “onda anti-bolsonarista” que está se formando no Nordeste e também no Sudeste. Na recente pesquisa do IPEC (EX-IBOPE) Lula ganha no Sudeste com boa margem (47% a 24%) e esta diferença deverá aumentar em Minas Gerais, onde o PT e aliados venceram quatro eleições presidenciais (2002, 2006, 2010, 2014).

8- ALEXANDRE KALIL É UMA CANDIDATURA MUITO FORTE, MAS SE FICAR “NEUTRO” NA DISPUTA PRESIDENCIAL PERDERÁ FORÇA PARA ROMEU ZEMA. A candidatura de Alexandre Kalil ao governo do Estado é muito forte e as primeiras pesquisas divulgadas confirmam isso.(…) Na pesquisa Atlas Kalil empata no primeiro turno e ganha no segundo turno. Informa o site UAI: “Pesquisa realizada pelo AtlasIntel aponta uma polarização entre Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, na disputa ao governo de Minas nas eleições gerais de 2022. Os números mostram uma mínima liderança final de Kalil, cotado para disputar o Executivo estadual no pleito do ano que vem em uma eventual disputa contra o atual governante. Segundo o levantamento, divulgado pelo Valor Econômico, Zema lidera o primeiro turno da disputa com 35,5%, enquanto Kalil ocupa o segundo posto, com 32,9%. Outros nomes são citados na disputa, mas não se aproximam dos dois líderes. No cenário com Zema e Kalil no segundo turno, o prefeito belo-horizontino ficaria à frente por 0,8%, com 41,4% contra 40,6% para o atual governador de Minas Gerais. Neste cenário, o número de pessoas que votariam em branco ou nulo chega a 18%”.(…) Em oura pesquisa divulgada mais recentemente divulgada também pelo UAI é Romeu Zema que lidera a disputa: “A pesquisa de intenção de votos da F5 Atualiza Dados Pesquisas, encomendada pela TV Alterosa e divulgada com exclusividade pelo Estado de Minas, aponta que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deve ser reeleito nas eleições de 2022. Cerca de 32,50% da população mineira, na resposta estimulada, afirmaram que votariam no governador do partido Novo. De acordo com a pesquisa, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), aparece em segundo lugar, com 24% das intenções de voto. Os dois devem se enfrentar em segundo turno. Ainda de acordo com a pesquisa realizada pela F5 Atualiza Dados Pesquisas, em um segundo turno com cenário onde Zema e Kalil se enfrentam, o governador mineiro seria reeleito, com 40,30% dos votos. Kalil aparece com 31,80%”.
Todo o confronto de Alexandre Kalil e Romeu Zema tem sido, no último período, em torno de quem é mais competente na gestão contra a pandemia do coronavírus em Minas. Acontece que a segunda onda da covid-19 mostrou as limitações da estratégia municipalista de Kalil. De fato o prefeito Kalil teve um papel de destaque na contenção da primeira onda em Minas, com atitudes firmes de isolamento social, contribuiu para salvar muitas vidas, mas a estratégia “municipalista” do prefeito se esgotou, como reconhecem alguns dos epidemilogistas da equipe de prefeito. Isto porque o vírus não é “municipalista”, ele não tem fronteira, o que atingiu violentamente Belo Horizonte, que é uma cidade com grande circulação de pessoas; BH ancora o sistema público e privado de saúde em Minas, o que sobrecarregou os hospitais da capital com pacientes de outras cidades; e sem um auxílio emergencial mais expressivo e apoio às empresas, BH não teve como sustentar o “fechamento da cidade” por tempo mais longo. Veja só: se a disputa for em torno do desempenho no combate à covid-19, os resultados são desfavoráveis a Kalil (números de 30/06): a) a taxa de casos em BH é de 9.383/por 100 mil moradores contra taxa de Minas de 8.471 /por 100 mil; b) a taxa de mortalidade em BH é de 228/por 100 mil contra taxa de Minas de 217/por 100 mil; c) BH lidera em números absolutos o número de mortes nas cidades mineiras, com 5.735 óbitos e é difícil explicar que se trata de “números absolutos” e não “números relativos”. Além disso, Romeu Zema promete investir pesado no principal reduto eleitoral de Kalil, a Grande BH, com obras gigantescas como o Rodoanel e as obras do Ferrugem e Arrudas, em Contagem e Belo Horizonte. Como se vê, uma disputa para governador desnacionalizada favorece a candidatura de Romeu Zema.
Não se sabe ainda qual será a posição definitiva de Kalil sobre a candidatura de Bolsonaro; se vai ficar neutro ou se irá integrar uma frente democrática antibolsonarista. Até o momento o indicativo de Kalil tem sido pela neutralidade, como declarou recentemente: “Apesar desse encontros, o prefeito de BH cogita até não se posicionar na disputa. “Me dou o direito, inclusive, de ficar neutro. Quem veio me ajudar na minha reeleição? Vocês tiveram notícias de Bolsonaro ou Lula aqui? Por que sou obrigado a não cruzar os braços e a não dizer ‘vota em quem quiser’? Os dois tentaram puxar o meu pé aqui”, reclamou Kalil”. Em outra declaração Kalil demarca com Bolsonaro, mas rejeita a adesão à Lula: “Tendência é não ficar com Bolsonaro, mas não pular no colo do outro”. Com este discurso Kalil deverá desagradar o eleitorado antibolsonarista, que é amplamente majoritário em Minas, e não ganhar o eleitor bolsonarista, que tenderá a votar em Romeu Zema. Um outro caminho que Kalil poderá adotar será integrar uma frente democrática contra Bolsonaro, ainda que abra seu “palanque” para mais de uma candidatura presidencial de partidos vinculados à sua coligação (por exemplo, Lula e Ciro), como Marcelo Freixo está tentando articular no Rio de Janeiro, e apoie o candidato do campo democrático que for para o segundo turno.

9-MARÍLIA DEFENDE AS CANDIDATURAS DE ALEXANDRE KALIL, GOVERNADOR, E LULA, PRESIDENTE. EU CONCORDO COM ELA. O jornal Valor Econômico, de 21/06, trouxe uma matéria de uma página inteira com Marília, que defende Kalil para governador de Minas, desde que tenha como contrapartida o apoio do prefeito à candidatura de Lula para presidente. Se isso não acontecer Marília defende uma aliança no segundo turno, com o PT lançando então um candidato a governador em parceria com Lula, sendo os nomes mais indicados, Patrus Ananias, Beatriz Cerqueira e Reginaldo Lopes. O apoio de Marília a Kalil está sintonizado com a linha em construção pelo PT e por Lula de aproximação de partidos de esquerda como PSB, PCdoB e PSOL e de partidos de centro, em especial o PSD.(…) Pessoalmente apoio a posição de Marília. Temos uma eleição com enorme desafio. Existe quase que um desespero dos segmentos democráticos e progressistas da sociedade brasileira: ninguém consegue pensar em outra coisa senão em derrotar Bolsonaro e encerrar o tempo das trevas que vivemos no Brasil. É uma estratégia de difícil construção: a defesa de uma frente ampla para derrotar Bolsonaro, provavelmente no segundo turno, e, ao mesmo tempo, ganhar a eleição e fazer um governo mais à esquerda do que fez Lula em seus dois mandatos, com o fortalecimento do Estado e um combate forte às desigualdade enormes presentes na sociedade brasileira.(…) Uma aliança com Kalil favorece, em minha opinião, a construção de um governo mais à esquerda em Minas e no Brasil. Veja o caso do Rio de Janeiro. Lá a frente ampla está sendo construída com segmentos do PSD mais à direita, representados pelas lideranças de Eduardo Paes e Rodrigo Maia, muito comprometidos com o projeto econômico e social de corte neoliberal. Kalil, no PSD, representa um centro mais à esquerda. Kalil se elegeu como um outsider, mas demonstrou conteúdo político que o coloca muito próximo a posições de centro esquerda: tem sensibilidade social, manteve pessoas progressistas na área social e de forma corajosa adotou como slogan da PBH “Prefeitura para quem mais precisa”; adotou posições avançadas na cultura e nos costumes, manteve pessoas de esquerda nestas áreas e com declarações corajosas como fez na Parada LGBTQIA+; adota uma posição desenvolvimentista na economia e é um crítico da privatização das estatais proposta pelo governo Romeu Zema; tem sido um crítico do “negacionismo” bolsonarista. Na minha opinião devemos estar com Kalil no primeiro ou no segundo turno.

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