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José Prata: Contagem vai priorizar campanha de deputados, mas também de Lula e Kalil no primeiro turno

Tradicionalmente nas campanhas de rua no Brasil no primeiro turno, inclusive da esquerda, o foco são as campanhas proporcionais para deputados federais e estaduais, sendo que a campanha majoritária se dá “por dentro” das campanhas proporcionais. Isso decorre do modelo político que temos no Brasil, proporcional de lista aberta, onde milhares de candidatos a deputados estaduais e federais disputam de forma acirrada uma posição favorável internamente, nos seus partidos e federações, que lhes garanta a vitória política e eleitoral.

Já as candidaturas majoritárias, nesta eleição para presidente, governadores e senadores, fazem a campanha no primeiro turno pela TV, Rádio e Internet, o que ocupa um enorme tempo nas gravações, e a agenda de rua, bastante rara, fica muito dependente da presença destes candidatos em atos nas grandes cidades do Estado e do País. Campanhas de rua dos candidatos majoritários só acontecem de forma mais intensa no segundo turno, quando tem segundo turno; ainda assim com ruas muito mais vazias, já que os candidatos proporcionais desativam suas estruturas de campanha e os candidatos derrotados, a grande maioria deles, desaminados com o revés eleitoral, tem uma capacidade de mobilização ainda menor.

Há alguns meses, parecia que este quadro seria modificado na esquerda. Falava-se muito na esquerda em “Comitês Lula Presidente”, que foram mudados de nome devido às restrições da legislação eleitoral, já que não tendo ainda iniciada a campanha não poderia haver Comitês. Mas, como já dá para perceber, os Comitês de Luta acabaram não sendo formados; pouco se vê de iniciativas como plenárias amplas, debates programáticos; e mesmo a Frente Política e as Federações não se constroem facilmente no âmbito municipal pela não adesão muitas das lideranças municipais às posições nacionais de seus partidos.

Ou seja, a realidade está se impondo com a repetição do mesmo modelo de antes: com as pré-candidaturas a deputado estadual e federal priorizando quase que exclusivamente a consolidação política para a campanha que se inicia em 16 de agosto. Por que isto acontece? No modelo de lista aberta, por incrível que possa parecer, o “adversário” de um candidato é outro candidato do mesmo partido ou federação, que disputa as vagas resultantes do coeficiente eleitoral e das chamadas sobras. Ou seja, é muito difícil montar um comitê orgânico e unitário “Lula Presidente e Kalil Governador”, por exemplo, com candidaturas proporcionais que, são, na prática, “adversárias” internamente nos seus partidos e federações.

Foi pensando em alternativas para este enorme impasse político, que nós, do PT Contagem, e de partidos aliados, adotamos um conjunto de propostas, que passam menos pela organicidade dos Comitês Populares Lula Presidente, e mais por atividades de rua concretas, onde fazendo política em um espaço mais amplo, com presença de eleitores de Lula e também de nossos adversários, recuperamos nossa “unidade na luta” contra a extrema direita. Temos dito, de forma enfática, nas reuniões partidárias que, neste ano, precisamos mudar o rumo das campanhas eleitorais em nosso país. Temos uma polarização dramática não entre dois extremos, mas entre fascismo e democracia. Bolsonaro, se vitorioso nas urnas, vai acabar de vez com a democracia brasileira, e liquidar nosso Estado social e desenvolvimentista, com o fim das políticas sociais e privatização de todas as estatais. Em Minas, se Romeu Zema vencer e tiver maioria na Assembleia Legislativa, vai privatizar tudo, já que o Partido Novo é o velho liberalismo do século XIX. Ou seja, como nas eleições anteriores a organicidade da campanha será, essencialmente, dos comitês dos candidatos proporcionais a deputados estaduais e federais, mas nos “encontraremos nas ruas” numa “unidade na luta” contra a extrema direita.

Temos feito em Contagem um enorme esforço de politização e organização para a disputa eleitoral, com reuniões ampliadas do Diretório Municipal do PT; campanha na internet abordando as Diretrizes do Programa de Governo de Lula / Alckmin; com uma articulação mais ampla dos partidos de esquerda trouxemos Lula a Contagem e traremos agora Alexandre Kalil. O PT Contagem colocou sua sede à disposição dos candidatos proporcionais de nossa cidade, que junto com as atividades partidárias (reuniões dos setoriais), tem mantido nossa sede lotada de pessoas diversos dias da semana. Temos buscado melhorar as finanças do PT Municipal e conseguimos garantir questões simples mas fundamentais na sede do PT, como em torno de 100 cadeiras para as reuniões e aparelhagem de som.

Nosso “Encontro nas ruas” de Contagem se dará com, pelo menos, com uma atividade unificada uma vez por semana de toda a militância progressista de todos os partidos e candidaturas proporcionais em defesa das candidaturas de Lula e Kalil. Claro que os candidatos a deputados estaduais e federais, nestas atividades, poderão também fazer suas campanhas; mas será uma campanha inversa daquela tradicional, com os candidatos proporcionais “unificados na luta” e fazendo campanhas “por dentro” da campanha majoritária de Lula e Kalil.

As propostas de “atividades unificadas” que estamos apresentando à militância são as seguintes: a) lançamento das candidaturas de Lula e Kalil e das candidaturas proporcionais em uma caminhada na Avenida João César de Oliveira, no primeiro sábado depois de iniciada a campanha eleitoral em 16 de agosto (ou seja, 20 de agosto); b) lançada a campanha de rua com sucesso faremos pelo menos uma atividade de rua unificada por semana, com presença de nossos candidatos majoritários (Kalil, André Quintão e Alexandre Silveira) ou mesmo sem a presença deles, mas, sempre que possível com a presença da prefeita Marília Campos; c) estas atividades de rua serão de diversos tipos, pode ser o “Sextou com Lula e Kalil”, de 17 às 19 horas, na sexta feira, em uma ou mais regionais da cidade (bandeiraço); caminhadas em finais de tarde nos dias de semana em regiões comercias; além do Eldorado programar uma atividade maior em Nova Contagem; caminhadas nas feiras nos finais de semana; e avaliar uma outra grande manifestação no final da campanha no mês de setembro.(…) E do ponto de vista organizativo, tomar medidas simples mas importantes: a) fazer da sede do PT Contagem a sede da campanha de Lula e Kalil (sobretudo para centralizar a distribuição de materiais de campanha); b) indicar de forma consensual coordenações de pelo menos 10 pessoas nas oito regiões da cidade; c) criar uma coordenação da campanha majoritária com membros dos diversos partidos, que tenha um grupo de ZAP dos coordenadores e de representantes das oito regiões (Eldorado, Sede, Ressaca, Nacional, Riacho, Petrolândia, Vargem das Flores, e Industrial); d) reunião semanal, presencial ou virtual, da coordenação de Campanha para fixar as atividades da semana; e) garantir um grupo de apoio jurídico voluntário para acompanhar a campanha; f) pleitear da coordenação da campanha de Kalil de uma camionete de som, com motorista e gasolina para a campanha; g) arrumar três ou quatro pequenos aparelhos de som para animar sobretudo bandeiraços, para tocar os jingles de Lula e Kalil.

Todas estas medidas mudam qualitativamente nossas campanhas eleitorais, com a prioridade da campanha de deputados, mas também para as campanhas majoritárias em primeiro turno. Para que nossas propostas sejam aplicadas com sucesso em Contagem dependemos de uma forte unidade dos partidos de nossa federação e coligação e de um apoio forte da militância, que, tendo claro a dramática disputa que travaremos na eleição, assuma um compromisso coletivo com uma campanha politizada, unitária e com forte presença nas ruas de nossa cidade já no primeiro turno, e também, se necessário, no segundo turno.

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