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Lucas Fidelis: Marília Campos e a quebra definitiva da Quarta Parede

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No metiê da Sétima Arte, nos ares representativos e cinematográficos, o jargão da “quebra da quarta parede” desenvolve-se na fluidez interativa entre as personagens e o seu inebriado e cativo público. É o momento crucial da conexão do ator com os espectadores em seu espectro mais vívido e profundo; é o timing do estreitamento das percepções e métricas do expressionismo e subjetivismo em sua face mais íntima.

O dito recurso quedou-se amplamente utilizado nas luzes inovadoras parisienses da Nouvelle Vague. Notadamente pelos expoentes cineastas François Truffaut e Jean-Luc Godard; o Cinema Novo de Glauber Rocha também explorou incisivamente, os caminhos de abertura da arte visceral, catalisando o senso crítico da audiência.

Na representação teatral épica, Bertold Brecht aprofundara e desenvolvera a referida técnica.

Numa vivência pessoal, ao bom estilo “skin in the game”, sobrou-me, há alguns meses, ser conduzido pela atriz Tânia Alves- na peça: “Palavra de Mulher”- ao palco para uma singela dança mambembe- de minha parte- diante da imensidão do mar de gente. Restara-me a canastrice de executar a travessia da quarta parede e tomar parte do espetáculo dividindo o tablado com Lucinha Lins.

Oscar Wilde diria que a vida imita a arte muito mais do que a recíproca. Deixando as querelas para mais tarde, é imperioso firmar que todas essas demonstrações de interações de diversidades, que convergem num alinhamento de perspectivas, refletem invariavelmente no meio social e político.

A Constituição Cidadã, de 1988, institucionalizou, em seu espírito deontológico, a participação social como pilar dos direitos fundamentais. Estabeleceu-se a soberania como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, consolidando, assim, o povo, como titular do poder soberano, e que se exerce por intermédio de órgãos constitucionais representativos.

Embora a Carta Magna tenha se desenvolvido com uma alta carga principiológica, inserindo normas programáticas e direitos fundamentais com valores humanísticos incomensuráveis, é de se dizer que, em muitos momentos de nossa recente e instável democracia, a força normativa constitucional se viu em condições pouco favoráveis, com diversas tentativas de violação e retrocesso, para desespero de Konrad Hesse.

No entanto, em que pese as crises democráticas, nossas instituições e governantes comprometidos têm demonstrado muita resiliência e solidez diante de intempéries de autoridades desprovidas de qualquer senso republicano e/ou perfilamento técnico-científico. As várias intenções de subverter a Pirâmide de Kelsen quedaram-se inócuas. O Princípio da Proibição do Retrocesso fez-se primazia. O titular da soberania permanece sob a égide do povo.

Por falar em comprometimento político e convergência constitucional no entorno da participação popular, o Município de Contagem, sob a gestão da Prefeita Marília Campos, tem demonstrado uma robustez inigualável na promoção de canais pelo amplo acesso da população na tomada de decisões.
Ao revés dos mandatos de gabinete e de vieses retóricos, o Governo Marília preza pelo governo de coesão e unidade. Percorre por uma gestão sinalagmática que fomenta o diálogo sopesando os valores e as prioridades de políticas públicas necessários para uma maior equidade na alocação dos recursos disponíveis.

O cofundador deste blog, Ivanir Corgosinho, descreve de maneira solar tais feitos e mecanismos da participação social na Revista “Contagem está feliz com Marília”. O sociólogo discorre sobre a divisão equânime dos investimentos nas regiões e a decisiva participação e tomada de decisão dos Conselhos formados nas Administrações Regionais na cidade. Ressalta ainda a prioridade de agenda da Prefeita em estar presente na execução de obras, na escuta das demandas do público, prestação de contas, dentre diversas diligências.

Marília Campos rompe paradigmas estruturais. Faz com que os cidadãos deixem de ser, meros coadjuvantes e receptores de decisões centralizadas e autoritárias de políticas públicas, para figurarem como protagonistas de gestão. Fazendo jus a sua titularidade. A passividade da massa transforma-se em um estado de fortalecimento e autonomia com agentes críticos, ativos, reflexivos e transformadores. Paulo Freire fez escola.

Outrossim, é imprescindível destacar a importância da aproximação das pessoas com a política. “Desinteresse por política, ameaça a democracia”, atestou o filósofo francês Francis Wolff.

Retomando as realizações da Gestão, e como se não bastassem os fundamentais mecanismos legais objetivos interativos, Corgosinho, ainda, enfatiza, as matizes da urbanidade, que promove o bom-encontro e os afetos dos quais o filósofo Spinoza esmiuçou. Nesta seara, de ocupação dos espaços públicos, com shows nas praças, eventos culturais, as interações são subjetivas; criam-se na comunidade decisivamente laços estreitos e sentimento de pertencimento.

E é por essa senda que a cidadã Marília se faz distinta. A ouro-branquense, radicada em Contagem, está sempre presente no cotidiano da cidade e junto de sua gente. Come seu pastel e bebe seu caldo de cana na feira. Manjar dos Deuses, diga-se. Sem a costumeira empáfia e artificialidade de governantes como estratégia de campanha. O economista José Prata, com muita propriedade por razões óbvias, em seus escritos, corroborou que Marília não tem interesses distintos do povo. A Prefeita segue piamente, os ensinamentos de Dom Paulo Evaristo Arns, que profetizou que “não há derrotas definitivas para o povo”. Sua política tem lastro idealista. E por isso existe consistência e unidade com as massas.

Marília Campos, portanto, rompe taxativamente com a quarta parede. No seu cenário político, a história não se repete como farsa nem tragédia. A gestão em conjunto com a população rendeu muitos frutos. No entanto, há muito que ser feito para as gentes do Arraial de São Gonçalo. O tempo urge. Está logo ali. Na arte da política, o espetáculo tem que continuar.

Lucas Corrêa Fidelis é advogado e servidor público.

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