O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado a 27 anos de cadeia sem discursos de apoio no Congresso. As ruas também estavam vazias.
O QUE ACONTECEU
O deputado Rogério Correia (PT-MG) tocou a música do plantão da Globo. Ele estava na CPMI do INSS e aproveitou o momento com os demais parlamentares de esquerda.
Os bolsonaristas permaneceram calados. Como se anestesiados estivessem, não reagiram ou protestaram. O coro de “mito, mito” que tantas vezes embalou o bate-boca da polarização não apareceu.
As ruas de Brasília também ficaram vazias.
E assim permaneceram noite adentro. Ambulantes levaram bandeiras do Brasil,Israel e Estados Unidos para frente dos estúdios da Globo em Brasília. A militância não deu as caras. O estoque empacou.
Um pequeno grupo de apoiadores foi para o condomínio de Bolsonaro.
A carreta diária que acaba no portão de entradarecebeu pouca gente, cerca de 50 pessoas oraram diante de uma faixa onde se lia “volta Bolsonaro”.
A mobilização anêmica não significa a morte política de Jair Bolsonaro.
Há meses, os bolsonaristas davam a batalha noSTF como perdida. Mas especialistas ressaltam que o ex-presidente continuará com um papel relevante na direita porquepermanece com uma fatia fiel do eleitorado brasileiro.
Prova disso é que Tarcísio de Freitas se fez presente nas redes sociais.
“A história se encarregará de desmontar asnarrativas e a justiça ainda prevalecerá. Força, presidente. Seguiremos ao seu lado!”
BAIXA ADESÃO É DIFERENTE DE POUCO APOIO
Mobilização popular é algo difícil de fazer. A afirmação é de Rafael Cortez, cientista político da Consultoria e professor na IDP.O especialista lembra que dezenas de milhares foram às ruas no 7 de Setembro. Acrescenta que o ex-presidente está em prisãodomiciliar e tem a capacidade de comunicação e engajamento prejudicada.
A condenação de 27 anos não representa o esvaziamento de Bolsonaro. A avaliação é de Graziella Testa, doutora emciência política e professora da Fundação Getúlio Vargas.
Ela lembra que Bolsonaro liderou a oposição a Lula nos últimos 5 anos. Neste período, construiu um eleitorado fiel na direita radical e sua substituição é não simples.
As ruas de Brasília também ficaram vazias. E assim permaneceram noite adentro. Ambulantes levaram bandeiras do Brasil, Israel e Estados Unidos para frente dos estúdios da Globo em Brasília.
A militância não deu as caras. O estoque empacou.
Um pequeno grupo de apoiadores foi para o condomínio de Bolsonaro. A carreta diária que acaba no portão de entrada recebeu pouca gente, cerca de 50 pessoas oraram diante de uma faixa onde se lia “volta Bolsonaro”.
A mobilização anêmica não significa a morte política de Jair Bolsonaro. Há meses, os bolsonaristas davam a batalha no STF como perdida. Mas especialistas ressaltam que o ex-presidente continuará com um papel relevante na direita porque permanece com uma fatia fiel do eleitorado brasileiro.
Prova disso é que Tarcísio de Freitas se fez presente nas redes sociais. “A história se encarregará de desmontar as narrativas e a justiça ainda prevalecerá. Força, presidente. Seguiremos ao seu lado!”
CONDENAÇÃO TEM CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS
Graziella avalia que a sentença acelera a escolha do candidato da direita ao Planalto. A professora ressalta que é um processo delicado porque o sucessor precisa agradar dois públicos com visões distintas.
É preciso conversar com o eleitor radical. Esta fatia não tem tamanho para eleger um presidente, mas consegue inviabilizar um nome da direita.
Ao mesmo tempo, para ter chance de vitória eleitoral, é necessário atrair o eleitor da direita moderada. Graziella ressalta que muitas vezes estas pessoas concordam com a condenação de Bolsonaro.
FAMÍLIA DIFICULTA BOLSONARISMO MANTER RELEVÂNCIA
Rafael Cortez acredita que o protagonismo antipetista trocará de mãos ao longo do tempo. A substituição sobre quem vai rivalizar com o presidente Lula vai depender das decisões da família Bolsonaro.
O cientista político afirma que o processo será lento, mas mais rápido do que os bolsonaristas gostariam. O sucesso ou fracasso da oposição na corrida presidencial de 2026 vai determinar a velocidade da transição e os rumos da direita.
A relação causa e efeito parece contraditória. Cortez explica que a vitória da direita pode prejudicar o bolsonarismo porque a direita terá outro nome a presidente e esta pessoa se tornará a liderança deste campo político.
A derrota da oposição tem efeito contrário. O eleitorado pode entender que Jair Bolsonaro é o único político com capacidade de fazer frente a Lula.
Mas a saída mais segura seria a família Bolsonaro estar na chapa presidencial da direita. Seja Michelle ou algum dos filhos, o capital político do ex-presidente seria preservado em caso de vitória.
Ocorre que os filhos de Bolsonaro estão dificultando uma aliança. Eduardo e Carlos chamaram de “ratos” e de “oportunistas” os governadores que sonham com o Planalto.
Áudios liberados pelo STF mostraram Eduardo criticando Tarcísio. A falta de apreço por acordo pode inviabilizar acordos que preservam o capital político de Jair Bolsonaro e de seus herdeiros.
“O Eduardo Bolsonaro faz uma opção por fazer contatos com governos estrangeiro e menos com lideranças locais.”
Cientista político Rafael Cortez