Uma reflexão sobre representatividade, protagonismo e a necessidade histórica de uma voz de Contagem no Senado Federal
A frase de José Prata — “o Brasil olha para Contagem” sintetiza uma realidade que já não pode ser ignorada. Contagem deixou de ser apenas uma cidade industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte para tornar-se, cada vez mais, um referencial nacional de gestão, inovação e protagonismo social. Quando o Brasil olha para Contagem, enxerga uma síntese do país: o trabalho incansável de seu povo, as contradições da urbanização acelerada, os desafios da inclusão social e, sobretudo, a capacidade de superação e reinvenção.
Nos últimos anos, essa visibilidade não se deu por acaso. Sob a liderança da prefeita Marília Campos, Contagem vem acumulando conquistas que projetam a cidade no cenário nacional. Uma das mais expressivas foi a conquista do 1º lugar em Gestão Fiscal de Excelência, segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF). Este reconhecimento não é apenas um dado técnico: é a prova de que uma cidade marcada por profundas desigualdades pode, com seriedade e responsabilidade, ser modelo para todo o país.
Mas se o Brasil olha para Contagem, chegou o momento de nós, cidadãos de Contagem, olharmos para o Senado.
O que está em jogo no Senado
O Senado é, muitas vezes, visto como uma instituição distante da vida cotidiana. No entanto, é nele em conjunto com a Câmara Federal que são decididas questões estruturais que moldam o presente e o futuro das cidades brasileiras: reformas tributárias, a distribuição de recursos federais, políticas de mobilidade urbana, investimentos em saúde e educação, e a defesa do meio ambiente.
Quando uma cidade do porte de Contagem não tem um representante direto nesse espaço, corre-se o risco de que suas prioridades sejam invisibilizadas. Ter alguém de Contagem no Senado significa romper o ciclo de sub-representação e abrir espaço para que as demandas reais de uma cidade com mais de 650 mil habitantes estejam na mesa onde se definem os rumos do Brasil.
Contagem: de polo industrial a referência em gestão
Historicamente, Contagem sempre teve papel central no desenvolvimento mineiro e nacional. Somos um polo industrial que ajudou a sustentar o crescimento econômico do país, mas também uma cidade que precisou lidar com os efeitos sociais desse modelo: desigualdade, falta de planejamento urbano e desafios na qualidade de vida.
Nos últimos anos, contudo, Contagem tem mostrado que pode ser muito mais que o “coração industrial de Minas”. A cidade é também um polo cultural vibrante, com artistas, coletivos e movimentos que projetam sua identidade; um laboratório de gestão pública de excelência, com índices que comprovam a eficiência administrativa; e um espaço de luta por inclusão e justiça social, liderado por mulheres, jovens e movimentos comunitários.
É este conjunto que torna urgente termos uma voz no Senado. Uma voz que leve para Brasília não apenas os números da economia, mas o tecido humano e cultural que faz de Contagem uma cidade singular.
O Brasil olha para Contagem. Mas quem fala por nós? O olhar nacional sobre Contagem já é uma realidade. Mas falta o passo seguinte: transformar esse reconhecimento em poder político real. Não basta ser admirada, é preciso ser ouvida. Não basta ser exemplo de gestão fiscal, é preciso que esse exemplo se converta em força para disputar mais recursos, mais políticas públicas e mais investimentos para nossa cidade e região.
José Prata foi certeiro ao nos lembrar que o Brasil já olha para Contagem. Agora, cabe a nós, contagenses, olharmos para o Senado com a consciência de que ali está um espaço estratégico para garantir o futuro da nossa cidade. Ter uma representação de Contagem no Senado não é apenas uma vitória simbólica. É uma necessidade histórica. É a chance de equilibrar a balança, de mostrar que as grandes cidades brasileiras, especialmente aquelas que constroem riqueza e inovação, não podem ficar à margem das decisões nacionais.
Conclusão: Contagem como sujeito da história Contagem não pode mais aceitar a condição de coadjuvante. Já mostramos ao Brasil que sabemos governar com excelência. Já provamos que podemos ser referência em gestão e inovação. Agora, precisamos ocupar o espaço que nos cabe na arena política nacional. O Brasil olha para Contagem.
E Contagem, finalmente, precisa olhar para o Senado não como expectadora, mas como protagonista.
Poli Dias é graduada em Gestão Pública, pós graduanda em Gestão Pública e Produção Cultural