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Camila Marques: Contagem na vanguarda. Marília cria Secretaria das Mulheres e Juventudes

Na última terça-feira, dia 25 de março, a Prefeita Marília Campos reuniu diversas pessoas, mas principalmente diversas mulheres e lideranças para um anúncio muito importante: a criação da Secretaria de Mulheres e Juventudes em Contagem. E como bem disse Marília na ocasião, isso não é uma questão menor.

Em Minas Gerais, dos 853 municípios, apenas 15% das prefeituras possuem órgãos de políticas para as mulheres. Quando falamos de Secretarias esse número reduz para cerca de 5 municípios. Nem mesmo a capital, Belo Horizonte, possui esse espaço de gestão, tendo essa política subordinada à outra pasta. Mas Contagem na gestão da Prefeita

Marília Campos, faz diferente e vai na contramão dessa realidade criando a Secretaria de Mulheres e Juventude.
No Brasil, de forma geral, esse é um tema ‘para depois’. As mulheres são minoria na ocupação dos espaços de poder e decisão e isso também reflete nas escolhas políticas que são tomadas por executivo e legislativo no direcionamento das políticas públicas. Nesse contexto, a Prefeita Marília se destaca mais uma vez com seu pioneirismo e ousadia na ESCOLHA, sim precisamos aqui destacar essa palavra, a ESCOLHA de se ter uma Secretaria de Mulheres e Juventude foi uma decisão política e estratégica de Marília.

No processo de construção das políticas públicas, tudo passa pelo dinheiro. Uma secretaria possui mais recursos e menos amarras para desenvolver as políticas públicas voltadas para as mulheres. Além disso, ao elevar a política de mulheres ao status de secretaria, demostra-se, de forma nítida para toda a cidade, que essa temática é tão relevante quanto qualquer outra existente.

Falar da política de mulheres é, sem dúvidas, olhar para uma política intersetorial e desafiadora e que transita necessariamente por diversas problemáticas. Um dos temas mais pujantes, é o combate à violência contra a mulher. No último ano, o Brasil reduziu em 5% os índices de violência contra a mulher, mas isso ainda representa mais de 1400 feminicídios em um ano. Por isso, tratar da instauração de uma cultura de paz é o único caminho para alcançar índices zero de feminicídio. Mas a intersetorialidade implica, inclusive, um olhar global para a solução dos diferentes problemas, principalmente o da violência.

A implementação dessa cultura de paz, passa pela promoção de educação básica sobre gênero para meninos e meninas, ao longo do período escolar. Passa, também, pela promoção das mulheres, da sua qualificação profissional, autonomia financeira e da construção de melhores condições de habitação. Perpassa por um olhar para a ‘economia do cuidado’, a atenção às mães solo e chefe de família e para a descentralização das políticas públicas, para que elas alcancem as periferias.

Ter uma secretaria de mulheres traduz pensar estrategicamente e permanentemente a intersetorialidade da política pública. Articulando assim todo o governo, todas as secretarias, todas as áreas e toda a cidade a pensar nessa pauta como uma questão prioritária. Demonstra ainda o reconhecimento de que existem relações de desigualdade, misoginia, violências e discriminações que precisam ser solucionadas.

No grande anúncio, terça-feira, a Tenda do Encontro na Prefeitura de Contagem foi tomada por um mix de emoções: sorrisos, expectativas, afeto, compromisso, unidade, entrega, sororidade, verdade. Poderia aqui me delongar escrevendo vários adjetivos que descrevem o que foi esse momento, mas o brilho no olho de cada pessoa e principalmente de cada mulher presente naquele dia, já reflete o sentimento de todas: a certeza de que dias ainda melhores para as mulheres de Contagem, já são uma realidade.

Camilla Marques é advogada, mestranda em Direito e pós-graduada em juventudes. Superintendente de juventudes na Prefeitura de Contagem.

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