Em 2025, o Partido dos Trabalhadores (PT) realizou mais uma edição de seu Processo de Eleições Diretas (PED) em um momento decisivo para a legenda, marcada por disputas internas, necessidade de reorganização estratégica e renovação de quadros. Nesse cenário, a prefeita de Contagem (MG), Marília Campos, se destacou como uma das principais lideranças, consolidando sua influência não apenas em Minas Gerais, mas também em nível nacional.
Conhecida pelo estilo de gestão próximo da população e pela defesa de políticas públicas inclusivas, Marília Campos utilizou sua experiência e carisma político para impactar os debates internos do partido.
No PED 2025, Marília defendeu uma direção partidária alinhada ao campo progressista do PT, ao mesmo tempo em que articulou a ampliação da participação republicana para eleição de postos estratégicos dentro da sigla. Em diversas entrevistas, a prefeita ressaltou a importância de democratizar ainda mais as estruturas internas, transformando o PED em um instrumento de fortalecimento da militância de base e valorização das lideranças regionais.
Nos bastidores, a prefeita atuou como elo entre diferentes correntes internas, costurando apoios, mediando conflitos e construindo consensos em torno de pautas prioritárias, como o reforço das políticas de combate à desigualdade, a defesa do pacto federativo e o estímulo à participação popular. Sua postura conciliadora, sem abrir mão de princípios históricos do partido, conquistou respeito mesmo entre setores mais críticos.
Outro ponto que marcou sua atuação foi a defesa da renovação geracional. Marília incentivou a formação de quadros jovens, especialmente de mulheres e lideranças periféricas, propondo mais investimentos em capacitação política e no fortalecimento dos diretórios municipais. Para ela, era fundamental ampliar a capilaridade do PT em regiões onde o partido perdeu espaço, além de enfrentar o avanço da extrema direita em diversas cidades do país.
Durante o processo eleitoral interno, Marília reforçou a necessidade de alinhar as diretrizes partidárias às demandas locais. Em Contagem, ela apresentou resultados expressivos em áreas como saúde, educação e mobilidade urbana, defendendo que é possível governar com responsabilidade fiscal sem abrir mão de políticas sociais estruturantes. Essa experiência prática foi constantemente usada como argumento para mostrar que o PT poderia resgatar sua imagem de gestor competente e próximo das comunidades.
Além disso, Marília manteve diálogo constante com a direção nacional do partido, participando de discussões sobre o posicionamento do PT para as eleições municipais de 2026 e para a construção de alianças que sustentassem o governo federal. Seu nome, inclusive, foi citado por aliados como uma possível opção para disputar cargos de maior projeção em Minas Gerais ou até mesmo em âmbito federal, dependendo dos próximos movimentos políticos.
Para analistas, a atuação de Marília Campos no PED 2025 consolidou sua imagem como uma liderança pragmática, capaz de transitar entre diferentes alas internas, dialogar com movimentos sociais e apresentar resultados de gestão. Essa combinação a posicionou estrategicamente para influenciar os rumos do partido num período em que o PT precisa se reaproximar da sociedade e se preparar para enfrentar um cenário político cada vez mais fragmentado.
Assim, o PED 2025 representou para Marília Campos muito mais que uma polêmica eleição interna: o PED, a despeito de muitas (des)construções, demostrou de sua força de articulação política e de reafirmação de um projeto de partido que precisa se reinventar sem abrir mão de seus princípios fundadores. O resultado do PED, como todo processo democrático, pode não ter sido o esperado, todavia fortalece a imagem da Prefeita Marília Campos como uma líder capaz de construir pontes para o futuro politico da esquerda no Brasil.
Fernando Augusto Silva Lopes é presidente da Prodabel, gestor público e doutor em Estudos Culturais – Tecnologia da Informação pela Universidade do Minh
