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Lucas Costa: O preço de um novo bairro

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Em Contagem, onde a política municipal se entrelaça com o cotidiano de seus habitantes, testemunhamos um fenômeno notável: a transformação do Água Branca. Este grande bairro, arraigado nas memórias e nos corações de muitos, está atravessando um período de intensa metamorfose. Sob a administração da prefeita Marília Campos, o Água Branca emerge como um símbolo de progresso e renovação em meio a um panorama de opiniões políticas polarizadas.

Este período de mudança é marcado por seis intervenções públicas de grande escala, sem contar as demais pequenas obras, serviços urbanos e ações cotidianas de zeladoria. Ruas e avenidas que por anos permaneceram as mesmas agora estão sendo reimaginadas e reconstruídas. A infraestrutura do bairro está não apenas sendo renovada, mas está se modernizando, refletindo uma visão de futuro, sustentabilidade, prosperidade e desenvolvimento econômico.

Veja, abaixo, a lista das obras abaixo que estão acontecendo, ou ainda irão acontecer, no bairro Água Branca e nas proximidades:

Implantação de macrodrenagem na rua Dr. Cassiano, Avenida Quatro e Avenida Pio XII. O projeto atende a uma demanda de 40 anos dos moradores e tem o objetivo de solucionar os problemas de alagamentos que ocorrem na região em períodos de chuvas. Consequentemente, trazer mais qualidade de vida aos moradores, valorização do bairro e desenvolvimento econômico para a região. A obra tem um custo de aproximados R$ 13 milhões e o recurso é oriundo parte do Fundo Municipal de Saneamento e do Contrato de Financiamento nº 40/002-8 do Banco do Brasil.

Conclusão do Corredor de Transporte Ressaca, referente à etapa de pavimentação e drenagem. A obra contempla a realização desses serviços (drenagem e pavimentação nova) na Av. Teleférico, Rua Emboabas e Rua Sinval Alves da Cunha, envolvendo um investimento total de R$ 9.188.253,87, financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Mobilidade. Essa iniciativa promete trazer melhorias significativas à infraestrutura local, contribuindo para a mobilidade e o desenvolvimento urbano da região.

Conclusão do Parque Linear da Avenida Teleférico, que tem estimado um investimento total de R$ 4.733.481,48 e é financiado também através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Mobilidade. A conclusão do Parque Linear da Avenida Teleférico trará melhorias à infraestrutura local, promovendo espaços de lazer, convivência e preservação ambiental, valorizando a região e contribuindo para uma mobilidade urbana mais sustentável.

Implantação da alça de acesso à Via Expressa, na Cidade Industrial, agora liberada para o tráfego. O trecho fica localizado na avenida Babita Camargos, encontro com a avenida Teleférico, divisa da Cidade Industrial com o bairro Água Branca, imediatamente anterior ao viaduto sobre a Via Expressa sentido Belo Horizonte. A nova alça tem cerca de 200 metros de extensão e conta com duas faixas, ligando o fluxo de trânsito com a marginal da Via Expressa. Anteriormente, os motoristas precisavam acessar as pistas centrais tanto para ir em direção ao metrô quanto para sair de Contagem, causando retenções diárias. Com as novas faixas, o tráfego será mais bem distribuído, já que as pistas centrais da av. Babita Camargos serão utilizadas, a partir de agora, exclusivamente para motoristas que se dirigem para a Estação Eldorado. As obras são fruto da parceria entre a Prefeitura de Contagem e a Direcional Engenharia. O município efetivou as desapropriações no terreno e a empresa executou a intervenção como contrapartida pela construção de condomínios residenciais na cidade. O investimento é de cerca de R$ 1,5 milhão.

Implantação do Viaduto Teleférico. A expectativa é que as atividades sejam retomadas agora no mês de novembro, logo após uma remoção de um ocupante irregular do terreno próximo à obra. Será emitida uma Ordem de Reinício da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos (Semobs) para a empresa Construtora Itamaracá Ltda., que é atualmente a empresa responsável pela obra. O investimento da obra envolverá o total de R$ 10,4 milhões. Até o momento, já foram gastos para a implantação do viaduto aproximadamente R$ 8,3 milhões. Como já foi dito, os recursos são oriundos da Caixa Econômica Federal pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade. A principal função do viaduto será diminuir o tempo de deslocamento entre as regionais Ressaca e Eldorado, permitindo, assim, a funcionalidade do Corredor Ressaca, que terá 9 km de extensão, abrangendo as avenidas Severino Ballesteros Rodrigues, João Gomes Cardoso, Teleférico, Babita Camargos e General David Sarnoff. O corredor vai beneficiar 121 bairros contagenses e mais de 230 mil pessoas, além dos mais de 30 mil carros que passam pelo local diariamente. A retomada de obras deve ocorrer em breve e ser finalizada em prazo máximo de 240 dias após o reinício das atividades.

Implantação de uma praça na Rua dos Emboabas. O investimento é estimado em R$ 800.000,00, provenientes do Tesouro Municipal. O edital para o projeto tem previsão de ser publicado em 30 de novembro de 2023, com a Ordem de Serviços planejada para ser emitida em até 60 dias depois. A criação desta praça irá enriquecer o ambiente local, proporcionando um espaço de convívio, lazer e valorização da comunidade.

Diante deste cenário de renovação, surgem vozes de discordância. Vale citar que isso não é um problema, pois o diálogo é extremamente valioso para um aprimoramento dos projetos e um bom acompanhamento da realização das atividades. No entanto, alguns moradores, influenciados por uma polarização política que oscila entre o antipetismo e o conservadorismo de extrema-direita, opõem-se às obras, mesmo sem qualquer motivo aparente. Eles veem nessas mudanças não a promessa de um futuro melhor, mas transtornos imediatos.

Talvez, esses moradores nem sejam a maioria, mas com certeza fazem algum ruído. Ao acompanhar as redes sociais, conseguimos ver alguns vídeos sendo compartilhados com críticas genéricas às obras, apontando os transtornos, reclamando de uma suposta demora para conclusão e ressaltando inverdades, como se a obra estivesse “abandonada”.

Falo dessa forma porque, nas frequentes visitas da equipe de governo, sobretudo da prefeita Marília Campos, ao bairro, para fiscalizar o andamento das obras e conversar com as pessoas para ouvi-las, esclarecer dúvidas e prestar contas, a receptividade é bastante diferente. A maioria dos moradores do bairro, sem dúvidas, demonstram publicamente sua gratidão e satisfação por enfim serem atendidas e verem soluções sendo realizadas.

Essa resistência reflete um fenômeno mais amplo observado no Brasil pós-Bolsonaro, onde a divisão e o discurso polarizado muitas vezes ofuscam a racionalidade e a verdade factual. Neste contexto, evocamos o pensamento de sociólogose filósofos como Pierre Bourdieu e Michel Foucault, que exploraram como nossas percepções e gostos são moldados por forças sociais e políticas. O desafio aqui é entender como persuadir e alterar opiniões em um ambiente onde a pós-verdade e o viés de confirmação frequentemente prevalecem. Afinal, precisamos conversar com todos, sem exceção.

Discutir o “preço” das obras no Água Branca vai além de uma análise financeira (que, aliás, por se tratarem de muitas intervenções públicas, batem satisfatórios recordes).

Trata-se do valor emocional e social que essas mudanças carregam. Os transtornos, embora reais e muitas vezes incômodos, são temporários, mas os benefícios que emergirão dessas obras serão duradouros e transformadores. O comprometimento e a colaboração dos moradores são essenciais para a conclusão segura e eficiente desses projetos. E a Prefeitura de Contagem, ao contrário do que alguns pensam, busca trabalhar pelo bem-estar da comunidade.

Adicionalmente, garanto também que a prefeitura quer garantir transparência das informações e manter todos informados das atividades feitas.Para os moradores interessados em detalhes mais específicos sobre os projetos em andamento, o site oficial da Prefeitura serve como um recurso valioso. Lá, encontram-se matérias jornalísticas atualizadas que cobrem o progresso das obras, além de informações detalhadas no Portal da Transparência e no Portal de Licitações. Estes portais oferecem uma visão abrangente dos projetos, incluindo os valores investidos e os planos detalhados. Esta abertura não apenas reforça o compromisso da Prefeitura com a responsabilidade fiscal, mas também permite que os moradores acompanhem de perto como seus impostos estão sendo utilizados para melhorar a infraestrutura do bairro.

Governar é um ato repleto de desafios, especialmente em um contexto em que as opiniões divergentes são marcadas por emoções intensas e crenças arraigadas. As obras no Água Branca, portanto, são mais do que meros projetos de infraestrutura; elas são um compromisso com o futuro, um investimento na qualidade de vida e um símbolo de esperança para a comunidade.

Assim, convido a todos a olhar para estas mudanças. Obviamente, sem qualquer tipo de viés e não como meros transtornos, mas como oportunidades para um amanhã melhor.

O verdadeiro “preço” dessas obras não se mede em “cifras”, mas no legado de progresso e bem-estar que deixarão para as gerações futuras. Faço um convite para enxergar além do hoje, abraçando as possibilidades que se desenrolam diante de nós.

Sem receio ou preocupação, encorajo os moradores a se envolverem ativamente, mesmo aqueles que discordam.

Contudo, apelo para que os moradores do Água Branca permitam-se conhecer mais do trabalho da Prefeitura – e só aí façam um julgamento, imparcial. Aqueles que desejam esclarecer dúvidas ou obter mais informações, podem fazê-lo por meio de e-mail com a Semobs ou entrando em contato com as administrações regionais. Este canal aberto de comunicação é uma prova do desejo da Prefeitura de ouvir e responder às preocupações dos cidadãos, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e consideradas em todas as etapas do processo de renovação urbana, da qual o Água Branca é, mais uma vez, um bairro pioneiro.

Lucas Carneiro Costa é comunicador e pedagogo. Mestrando em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa

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