O Brasil vive tempos desafiadores. A ascensão da extrema direita no cenário global, a resiliência do bolsonarismo em setores populares e a força do neoliberalismo impõem obstáculos consideráveis ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Diante desse contexto, a 5ª Plenária Nacional da Democracia Socialista se apresentou como um espaço de reflexão e ação para definir rumos e fortalecer estratégias para 2026.
A palavra-chave deste momento, para nossa tendência, é esperança e não uma esperança ingênua, mas uma que nasce da consciência política e da organização popular. O Pacto da Esperança, que garantiu a vitória de Lula em 2022, precisa ser renovado com urgência, e isso exige mudanças concretas. Para que a reeleição em 2026 seja uma possibilidade real, o governo precisa demonstrar maior efetividade na implementação de políticas sociais e econômicas que impactem diretamente a vida da população mais pobre.
A oposição da extrema direita neoliberal tem uma estratégia clara: barrar a aplicação do programa eleito e, ao mesmo tempo, acusar o governo de não cumprir suas promessas. Em meio a esse cerco, a legitimidade do projeto político que venceu as urnas está em disputa. O PT precisa retomar sua capacidade de mobilização, liderando campanhas e articulando sua base social para garantir que as demandas populares sejam atendidas. A reforma agrária, o controle da inflação e a valorização do salário mínimo são pautas centrais. Além disso, a luta contra a política de juros elevados conduzida pelo Banco Central “independente” se tornou essencial para viabilizar investimentos e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
Outro ponto crucial é o julgamento dos golpistas de 8 de janeiro e dos financiadores da tentativa de ruptura democrática. O Brasil não pode permitir que o extremismo avance sem consequências.
A punição dos responsáveis não é apenas uma questão de justiça, mas uma forma de proteger a democracia de retrocessos ainda mais graves no futuro.
Para além das disputas institucionais, é preciso considerar que a democracia só será fortalecida com a ampliação da participação popular. Isso passa pelo fim das emendas parlamentares secretas, pelo voto em listas partidárias que garantam representatividade de gênero e raça, e pelo combate à influência do poder econômico nas eleições. Se queremos um país mais justo e igualitário, devemos reformar as estruturas que hoje beneficiam as elites e mantêm as desigualdades.
A luta política não se esgota na institucionalidade. O PT precisa se reinventar, retomando sua presença territorial e fortalecendo o diálogo com as bases. A rearticulação dos movimentos sociais é indispensável para construir um projeto político sólido e coerente. Se a extrema direita opera com desinformação e discurso de ódio, a esquerda precisa oferecer organização, esperança e resultados concretos.
Em Contagem, essa mobilização passa diretamente pelo Processo de Eleições Diretas (PED) do PT. A unidade nesse momento é essencial para fortalecer o partido na cidade e garantir sua capacidade de seguir transformando a vida da população. O último ciclo do PT local, sob a liderança do presidente Adriano Boneco, mostrou que é possível consolidar avanços e ampliar a presença do partido. Manter essa trajetória vitoriosa exige comprometimento, diálogo e mobilização de toda a militância.
O Brasil está em um momento decisivo. A vitória em 2026 não será fruto do acaso, mas do esforço conjunto de um campo progressista disposto a enfrentar os desafios do presente. A mudança não virá apenas das instituições, mas da força coletiva daqueles que acreditam em um país mais justo, democrático e igualitário.
A esperança, quando acompanhada de ação e compromisso, pode transformar o futuro. E essa transformação começa agora, com unidade e organização em cada canto do país – inclusive aqui, em Contagem.
Moara Saboia é vereadora pelo PT em Contagem e dirigente nacional do Partido.