Duas pesquisas divulgadas recentemente – DATATEMPO e Realtime Big Data – trouxeram um quadro mais definitivo das pré-candidaturas para as eleições da Prefeitura de Contagem. Pesquisas do ano passado, ainda em quadro de indefinição política, sobretudo o primeiro cenário que era divulgado, traziam muitos nomes que não serão candidatos, como Ademir Lucas, Carlin Moura, Alex de Freitas, Leo Motta, Márcio Bernardino. Se isso dificulta uma série histórica, aquelas pesquisas nos servem agora para analisar para onde migraram os votos dos que não serão candidatos. Marília herdou boa parte da intenção de votos e passou, nos votos totais, na pesquisa DATATEMPO de 51,9% para 59,4% (74,6% dos votos válidos) e na pesquisa Realtime Big Data passou de 50% para 62% (73% dos votos válidos). Importante ressaltar também que Marília, mesmo enfrentando grandes desafios nos últimos quatro meses (enchentes, dengue, greves dos servidores, redução do ritmo das obras com as chuvas, polêmica do ICMS Educação, ataques duros, mentirosos e desleais da oposição), conseguiu manter avaliação do governo em patamares altos: de 68,6% no Datatempo e de 69% no Realtime Big Data. E importante: na chamada possibilidade de voto (votaria com certeza e poderia votar), Marília se manteve estável no Datatempo com 71,7% e a rejeição (não votaria) ficou também estável em 25%, ou seja, Marília mesmo sendo conhecida por quase todos é a menos rejeitada. O que impressiona é que a intenção e votos de Marília, de 74,6% nos votos válidos, supera a avaliação da prefeita e o potencial de votos.
CONTAGEM DEVERÁ TER UMA ELEIÇÃO PLEBISCITÁRIA: GOVERNO VERSUS OPOSIÇÃO. Nas novas pesquisas, o quadro de candidaturas deverá levar a uma eleição plebiscitária. Isso porque Marília está construindo uma “frente ampla” com 16 partidos, com quase todos os partidos de esquerda e os grandes partidos de centro. Portanto, as novas pesquisas foram basicamente com Marília, representando o governo, e Felipe Saliba e Júnio Amaral, como representantes da oposição. Portanto, tudo indica, que teremos em Contagem uma eleição de um turno somente; o segundo turno será antecipado no primeiro. Será uma eleição de governo versus oposição, de continuidade das políticas versus uma oposição completamente sem ideias para a cidade e sem propostas para governar. E sendo um turno somente vamos lutar com todas as forças, e sem cometer erros, pela vitória de Marília Campos.(…) Precisamos nos preparar, portanto, para o cenário mais provável da eleição de Contagem: a definição da vencedora ou vencedor no primeiro turno. Isto se deve ao fato da disputa em Contagem, ao contrário da enorme fragmentação de outros municípios que chega a ter 5, 7 e até 10 candidatos, está encaminhando para uma relação muito enxuta de candidaturas, sendo que até agora são apenas três candidaturas mais expressivas. E veja só: as duas candidaturas de oposição tem o mesmo perfil, do extremismo político de direita, e não dialogam com o eleitorado mais de centro, centro esquerda e centro direita, e nem mesmo com o eleitorado da direita democrático. Então este quadro político, com poucas candidaturas a prefeito, deverá antecipar o segundo turno no primeiro turno. E claro vamos trabalhar duramente para que Marília Campos saia vencedora da eleição no primeiro turno.(…) Veja a enorme diferença para a eleição de Contagem de 2020. Foram 15 candidaturas com os seguintes percentuais de voto no primeiro turno: Marília Campos (41,83%), Felipe Saliba (18,42%, Doutor Wellington (14,09%), Ivayr Soalheiro (4,98%), Márcio Bernandino (4,62%), Wellington Silveira (4,03%), Professor Irineu (3,96%), Coronel Alvear (2,63%), Kaka Menezes (2,04%), Coronel Fiuza (1,11%), Maria Lúcia Guedes (0,75%), Lindomar Gomes (0,71%), Alfredo Cardoso (0,58%), Dulce (0,23%), Sebastião Pessoa (0,02%). Como se vê, a disputa eleitoral de 2020 foi muito fragmentada, o que empurrou a eleição para o segundo turno. Muitos consideraram que, em 2020, a votação da Marília de 42% em primeiro turno foi uma derrota. Não foi. No nosso plano de campanha cravamos exatamente a meta exatamente em 42%; talvez em função da desorganização da campanha em função do isolamento dos dirigentes e militantes devido à pandemia tenha levado a um pessimismo injustificável no primeiro turno. Portanto, em 2020, uma meta realista era vencer a eleição no segundo turno, como aconteceu; mas nas eleições deste ano, com apenas três candidaturas, sendo que as duas de oposição tem o mesmo perfil do extremismo de direita, a meta deve ser vencer a eleição no primeiro turno: 50% mais 1 voto.
PESQUISAS CONFIRMAM NOSSAS AVALIAÇÕES SOBRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DESTE ANO. Temos travado em Contagem debates decisivos sobre os diagnósticos do que está acontecendo em nossa Cidade e em nosso Brasil, especialmente sobre a enorme polarização da sociedade brasileira e formas de amenizá-la com mais prioridade para a paz e a coesão social.(…) Com base em estudos do sociólogo José Luís Fiori temos defendido que é preciso entender o extremismo de direita no Brasil e no mundo; quando erramos no diagnóstico erramos nas propostas para a superação da enorme divisão da sociedade brasileira. O que nos diz Fiori? O extremismo de direita é fruto das crises ao fim dos grandes ciclos de globalização neoliberal que deixam saldos dramáticos em termos de desigualdades, misérias, ressentimentos, conflitos, violências, e guerras. Portanto, é preciso compreender o “tempo histórico” do extremismo; ele vai durar muito tempo, mas não é eterno. Ou seja, a superação do extremismo vai depender das políticas que vamos adotar neste tempo histórico grave. A superação do fascismo, do nazismo e da extrema direita no século passado, que deixou uma herança de 70 milhões de mortos na segundo guerra mundial, passa pelo avanço da construção ou reconstrução do Estado Social, da retomada do desenvolvimento econômico e pelo resgate da “esperança de futuro”. E Contagem, com Marília, tem alguns destes elementos para a superação do extremismo: o avanço nas políticas sociais e urbanas, como nos casos dos enormes avanços na saúde e na cultura, esportes e lazer; Contagem é destaque na economia, com a consolidação como terceira maior economia municipal de Minas, segunda na geração de empregos e plano de investimentos de R$ 1,5 bilhão, também a segunda cidade em investimentos de Minas Gerais; e Marília, com seu estilo combativo e suave politicamente, resgata a “esperança de futuro” na Cidade e gera um enorme otimismo na maioria da população.(…) Marília, não é de agora, sempre foi muito afirmativa, e anti-polarização da sociedade; ela nunca foi de desqualificar quem pensa diferente dela. A polarização “calcifica” a divisão da sociedade e estabelece um teto muito baixo para a aprovação popular de um governo, que, em vez de voltar-se para o futuro, vive remoendo as diferenças do passado. A polarização em Contagem significa colocar como teto de aprovação da Marília os 51% de apoio que ela conseguiu nas eleições de 2020, ou os 45% que Lula obteve em nossa cidade em 2022. Marília, de forma acertada, fechadas as urnas, desmontou o palanque e se lançou na tarefa de ampliar suas bases sociais para muito além dos que votaram nela em 2020, e nisto foi bem sucedida tendo aprovação atualmente de 70% da população. Tudo isso se explica porque a petista, de forma correta, apostou na despolarização da política em nossa Cidade e ampliou muito o apoio daqueles cidadãos e cidadãs que votaram em Bolsonaro, em 2022, e na oposição na cidade, na eleição de 2020. Veja só os dados da pesquisa Datatempo, que indicam que a maioria dos eleitores de Bolsonaro preferem Marília em Contagem: 37,4% dos eleitores de Bolsonaro declaram votos na Marília, enquanto 21,2% declaram voto em Júnio Amaral e 16,9% em Felipe Saliba; de outro lado Marília tem 84% de declaração de votos dos contagenses que votaram em Lula.(…) A Pesquisa Datatempo confirma também nossas avaliações de que os eleitores de Contagem irão votar pelas questões locais. Ou seja, as eleições em Contagem não serão nacionalizadas. Perguntados sobre as características importantes na definição do voto, os eleitores responderam: honestidade (40,2%), propostas para a cidade (29,0%), trajetória política / experiência política (11,7%), atenção com o eleitor (7,0%), partido político (2,3%), ser uma pessoa de fora da política (2,0%), aliados políticos que ele(a) tem (1,7%), ser do meio empresarial (1,3%), outra (0%), nenhuma (2,2%), NS/NR (2,6%). Como se vê são características muito vinculadas às qualidades políticas e pessoais da Marília. Sigamos em frente com avaliações acertadas e evitando erros, como, por exemplo, aceitar a agenda destrutiva da oposição para nossa cidade.
José Prata de Araújo é economista e especialista em direitos sociais.